Expulsão da Sinagoga

A Sinagoga judaica, seja no contexto do Antigo Testamento (AT), ou no Novo Testamento (NT), foi, sem dúvida alguma, uma das mais importantes instituições criadas pelos Judeus. Ainda que não seja possível precisar o seu surgimento, acredita-se que ela tenham sido colocado em posição central para o povo no contexto do período relacionado ao exílio babilónico e persa. 

Embora o Templo tenha sido o principal local de adoração dos Israelitas, a partir de sua destruição, na impossibilidade de construírem um novo em território estrangeiro, os judeus se utilizaram desta instituição a fim de manter sua identidade, fé e religião. Se tornando, com o passar do tempo, no centro da preservação e transmissão da identidade sociocultural judaica. Ademais, tal local era também utilizado a fim de oferecer ambiente apropriado para estudo da Torá, oração, reunião e atender as demandas judiciais do povo.

Por esse motivo, o  NT dá tamanha ênfase a possibilidade de um Judeu ser expulso de uma sinagoga. O evangelho de João, descreve um momento em que é apresentada a ameaça de expulsarem um individuo da mesma. O episódio esta relacionado ao sexto milagre/sinal apresentado por Jesus, este, durante a "Festa das Cabanas" ou "Tabernáculo". João descreve o evento da seguinte forma.

"Seus pais disseram isso porque tinham medo dos judeus, pois estes já haviam decidido que, se alguém confessasse que Jesus era o Cristo, seria expulso da sinagoga" (João 9.22).

Sobre o tema, o comentário de  "Cambridge Greek Testament for Schools and Colleges" apresenta a seguinte nota:

ἀποσυνάγωηος . Afaste-se da sinagoga ou excomungado. A palavra é peculiar a S. João, ocorrendo aqui, João 12:42 , e João 16: 2 , apenas. Os judeus tinham três tipos de anátema. 

[1] Excomunhão por trinta dias, durante os quais o excomungado pode não chegar a quatro côvados de ninguém. 

[2] Exclusão absoluta de todas as relações sexuais e adoração por um período indeterminado. 

[3] Exclusão absoluta para sempre; uma frase irrevogável. Essa terceira forma era muito raramente, se alguma vez usada. 

É duvidoso que o segundo tenha sido usado neste momento pelos judeus; mas seria a proibição sob a qual todos os samaritanos foram colocados. Esta passagem e 'separa' em Lucas 6:22 provavelmente se referem ao primeiro e mais suave tipo de anátema. O princípio de todo anátema foi encontrado na sentença divina de Meroz ( Juízes 5:23 ): Comp. Esdras 10: 8 .

Referencia:

"Commentary on John 9:4". "Cambridge Greek Testament for Schools and Colleges". https://www.studylight.org/commentaries/cgt/john-9.html35. 1896.

*Texto em Construção.