O início do capítulo 6 do livro
de Gênesis começa com aquilo que também marcar o final do relato do Dilúvio: a
inversão/reversão. Neste ponto inicial a inversão se dá pelo fato do texto não
ter “Deus” como o sujeito e sim os “filhos de Deus”.
A.
O por que da Maldade – Se analisar com
cuidado o aumento da maldade se dá pela ação humana.
Gênesis 6. 2
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Hebraico
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Gênesis 3.6
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“vendo”
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“raah”
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“vendo”
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“formosas” (bonitas/boa)
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“tov”
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“boa”
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“tomaram”
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“laqach”
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“tomou”
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“agradaram”
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“taavah” / “bachar”
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“agradável”
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i.
As ações praticadas pelos “filhos de Deus”
são as ações espelhadas de Eva ao conversar com a serpente e desobedecer
a Deus. A maldade avança a partir do momento em que o homem replica as ações
que levaram o ser humano a queda.
B.
Preservação e Obediência – Ao considerar
as ações de Deus no dilúvio dois pontos ficam em relevo:
i.
Preservação – Ao que parece o autor de
Gênesis buscou em sua própria experiencia algo que pudesse expressar o que Deus
realizou através do dilúvio. A palavra “arca”, emprestada do
vocabulário egípcio para “cesto”, reflete a experiência de “preservação”
vivida por Moisés.
ii.
Obediência – Não é difícil entender que o
que “salvou” a vida de Noé e sua família não foi a “arca” e sim
sua “obediência” a instrução divina. Em sinal de obediência ele “fez”
tudo conforme a instrução de Deus.
C.
O Dilúvio – O início do dilúvio marca o
fim do tempo de graça estendido sobre a humanidade. Assim como, Deus fez o ser
humano e toda a criação Ele desfez.
1.
O relato menciona pelo menos 3 ações diretas de
Deus.
2.
Ao mesmo tempo destaca pelo menos 7 ações de Noé
e sua família.
a.
Contudo, a ação que marca o início do dilúvio e
o fim da criação é uma ação que só Deus poderia fazer – “Foi Ele quem fechou
a porta”.
D.
O fim do dilúvio – Quando toda a criação,
com exceção daquela que estava na arca foi destruída, Deus se “lembrou”.
i.
Deus se lembra de sua Aliança;
ii.
Deus se lembra de Noé e sua família.
1.
O Monte Ararate – Um ponto
fundamental no relato final do Dilúvio é o local onde a arca pousou. Gênesis
8.4 diz que ela pousou no monte “Ararate” (Ararat).
Este é um monte localizado na região montanhosa no leste da Arménia. Contudo, o
mais importante é que a tradução para “Ararat” é a “maldição invertida”
ou a “inversão da maldição”. A arca é levantada de uma terra
amaldiçoada para pousar numa terra renovada, local onde Deus retirou ou
“inverteu a maldição”.
E.
A Aliança – A aliança de Deus é uma promessa
de preservação da vida.
i.
Aliança com a Família de Noé (9. 9);
ii.
Aliança com a criação (seres vivos 9. 10) e;
iii.
Aliança com a terra (9.13).
1.
O Altar e o sacrifício realizados por Noé
expressão a gratidão pela preservação da vida.
a.
Contudo, o relato sugere uma pergunta: Se Deus
sabia que após o dilúvio o ser humano voltaria a pecar (Noé e Cam), por que
preservou a família de Noé?
i.
A reposta é porque “Deus não desistiu de sua
criação. [...] O Senhor, em certo sentido, estava dando á humanidade uma chance
de recomeçar.”
2.
Destacar
A.
Embora o dilúvio não tenha resolvido o problema
da pecaminosidade e maldade humana serviu para demonstrar a humanidade o modo
como Deus lida com o pecado e com o pecador. Em nenhum momento na história Deus
trará juízo sobre a terra sem antes estender ao ser humano tempo oportuno para
se arrepender e voltar para Deus. E, mesmo quando o arrependimento não for
coletivo, como o Senhor espera, Ele viabilizara meios de salvação para aqueles
que o desejarem.
3.
Aplicação
A.
Ao analisar o relato do Dilúvio devemos considerar
que não foram os delitos e infrações (pecados) do povo que os levou a
condenação e consequente destruição. Pelo contrário, o que os levou a este
terrível fim foi o fato de não levarem em consideração a longínqua oportunidade
de graça e de arrependimento. Logo, eu e você devemos considerar que o que nós
condenará no Juízo divino não são os pecados que eu cometi, mas sim o fato de,
neste tempo oportuno e presente, não me atentar para a graça disponível e a
oportunidade de me arrepender e abandonar o pecado. Não são os pecados que me condenarão, mas sim o
fato de não pedir perdão.
Pr.
Vítor Ribeiro – Missão Global – AML
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