Testemunhas de Jesus como Messias - Comentário LES

João 3:3

A. Ao estudarmos o evangelho de João fica claro o empenho e esforço do apóstolo em revelar ao leitor as muitas tentativas realizadas por Jesus a fim de levar aqueles que conviveram com Ele a crer que de fato Ele era o Filho de Deus. Com esse objetivo Jesus não somente esteve entre os homens como o Deus encarnado, mas também, deu muitas provas de quem Ele de fato era. Suas palavras, ações, milagres e sinais, todos eles tinham como objetivo principal enfatizar quem Jesus de fato era. No entanto João, o autor do Evangelho, irá destacar personagens que foram destacados na história como testemunhas de Jesus. Tais testemunhas são apresentadas no Evangelho com o intuito de se somar as palavras, as ações, os milagres e os diversos sinais que Jesus realizou como forma de oferecer ao leitor a certeza de que Jesus é o Filho de Deus.

B. O testemunho de João Batista - Dentre os grandes profetas apresentados pela bíblia João Batista, sem dúvida alguma, foi aquele que gozou de maior privilégio e alegria; não somente porque foi chamado para preparar o caminho para a vinda de Cristo Jesus e o início de Seu ministério, mas também, e em especial, por ter tido privilégio de batizar o Filho de Deus, ungindo para início de Seu ministério de salvação. 

  • Quando observamos o capítulo 1 do Evangelho de João, o evangelista toma o cuidado de destacar a participação de João Batista na tarefa de identificar e testemunhar sobre a pessoa de Jesus.
  1.  No capítulo 1:23 João Batista destaca a sua identidade ao dizer: "eu sou a voz do que clama no deserto". 
  2. No verso 26 ele destaca o seu ministério ou o seu serviço ao afirmar: "eu batizo com água". 
  3. No verso 31 João irá destacar a sua missão ao afirmar: "eu mesmo não conhecia mas a fim de que ele fosse manifesto a Israel eu vim batizando com água". 
    1. A finalidade de sua missão era trabalhar para que a pessoa de Jesus fosse revelada ou manifesta ao povo de Israel. 
  4. Por último, no verso 34 João vai destacar o seu testemunho ao afirmar: "eu de fato vi e tenho testificado que Ele é o Filho de Deus". 
    • Assim João não deixa margens para dúvida de que de fato ele não é o Messias mas foi enviado por Deus para preparar o caminho para o início do Ministério do Messias.

C. O Cordeiro de Deus - Os judeus, amparados na esperança messiânica amplamente difundida pelos israelitas ao longo da história, esperavam no Novo Testamento o surgimento de um Messias que tivesse características davídicas ou seja, que viesse como rei para ocupar o trono de Israel e subjugar os romanos. 

  • No entanto João Batista de forma espetacular consegue, pela direção do Espírito Santo, reunir em uma só frase aquilo que resume não só a identidade mas também, a missão de Jesus. 
  • Em João 1:29 e também no verso 36 João Batista identifica Jesus como o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. 
  • A descrição feita por João Batista vem carregada de significado e importância para apontar e, ao mesmo tempo, ligar a ação realizada por Jesus no Novo Testamento com as promessas apresentadas por Deus sobre o Messias no Antigo Testamento. 
  • De forma ainda mais incisiva, as palavras de João sobre Jesus, o identificando como Cordeiro de Deus que aponta para Gênesis 3:15 aonde foram prometidos, não somente a encarnação de Deus, mas também, Seu sacrifício para remissão do pecado de toda a humanidade.

D. Os dois discípulos de João - Assim que João Batista identifica Jesus como Cordeiro de Deus ele, não somente, testificando sobre a divindade de Jesus, atestada pelo derramamento do Espírito Santo e a unção do mesmo mais do que isso, João está apontando o holofote da história profética não mais para si mas para a pessoa de Jesus. 

  • Com isso os versículos 29 e 36 do capítulo 1, marcam um ponto de virada dentro da introdução da narrativa apresentada por João. 
  • Isso porque, do verso 15 ao verso 28 do capítulo 1, João Batista era o foco e atraia toda a atenção para o seu ministério. Consciente desta realidade João então direciona o foco, que está sobre si, para a pessoa de Jesus, isso ocorre no verso 29 e no verso 36. 
  • Identificando Jesus como Cordeiro de Deus ele então abre caminho para que seus discípulos possam seguir a Jesus e por si mesmo reconhecer que Ele é o Messias. 
    • Logo os versos 29 e 36 do capítulo 1 marca o momento de transição, um ponto de virada, aonde a atenção e holofote que estava sobre João, agora são direcionados para Jesus. Que não só inicia o Seu ministério mas sobretudo, é identificado pelos discípulos João como sendo de fato o Filho de Deus.

E. Filipe e Natanael - A parte final do relato do capítulo 1, apresenta-nos a história, claramente contrastante, entre o relato do encontro de Felipe com Jesus e o resultado deste. E por outro lado, o encontro de Natanael com Jesus e o resultado deste encontro. 

  • A Bíblia descreve este momento de forma bastante significativa pois o apresenta diametralmente diferente. Enquanto Felipe é apresentado a Jesus e o descreve como Aquele de quem Moisés havia apontado na lei e, de quem os profetas haviam escrito, demonstrando sua convicção de que haviam de fato encontrado o Messias. 
  • A maneira como Natanael reage a abordagem de Felipe, remete a incredulidade principalmente destacada pelo fato de Jesus vir de Nazaré. 
    • O texto deixa claro que havia uma discriminação entre o local aonde vivia Natanael, Caná e o local onde vivia Jesus, Nazaré. 
      • Essa discriminação fez com que Natanael descartasse a possibilidade de que Jesus fosse realmente o Filho de Deus. Contudo para desfazer a discriminação e principalmente fortalecer a fé do incrédulo Natanael, Felipe convida não somente a crer nas suas palavras mas principalmente, experimentar a realidade de conhecer Jesus. 
        • Aqui está um dos pontos mais importantes dessa narrativa, a estratégia utilizada por Felipe para não entrar num debate teológico mas sim, oferecer ao amigo o privilégio de experimentar a realidade de conhecer a Jesus. 
    • Este conhecimento experiencial deu a Jesus a oportunidade de, mais uma vez, apresentar um contraste agora entre Natanael e Jesus. 
      • Enquanto Natanael, descrente da possibilidade de que Jesus de Nazaré fosse o Filho de Deus, usou de sua discriminação para diminuir a pessoa de Jesus. Jesus, por outro lado, elogiou seu caráter. 
      • A revelação de que Jesus o conhecia antes daquele primeiro encontro fez com que Natanael soubesse que de fato, o Filho de Deus o conhecia e, esse conhecimento prévio, trouxe a ele conforto na certeza de que estava de fato diante do Filho de Deus.

F. O testemunho de Nicodemos - A primeira vista, ao ler o relato de João 3, vemos um dos maiores encontros descritos na revelação. Contudo, além de destacar o encontro de Nicodemos com Jesus, o texto revela um dos maiores e mais poderosos testemunhos descritos por João.

  • Isso porque, no verso 2, Nicodemos inicia sua fala destacando que:
  1. Ele, bem como seus companheiros, "sabiam" que Jesus havia vindo ao mundo da "parte de Deus".
  2. Ele também "sabia" que Deus estava com Jesus.
  • Contudo, o texto deixa claro que, embora soubesse que "Deus estava com Jesus", ainda não havia reconhecido que Deus não somente estava com Jesus, mas que Jesus era Deus.
  • Esse incompreensão sobre Jesus, leva ao desenvolvimento do diálogo sobre na necessidade de nascer de novo. 
    • Isso por que, a fim de que possamos ver e entrar no Reino de Deus, mediante a fé e mediação de Jesus, é preciso nascer de novo por meio do batismo. Só assim, reconhecendo Jesus como o Filho de Deus, teremos acesso a vida eterna.

Destaque:

A. Quando analisamos o ministério e a obra de João Batista verificamos que não houve nela nenhum traço de egoísmo ou pretensão de ser ele identificado como Messias. Por outro lado, João deixa claro que as palavras de João Batista sempre foram de esclarecimento com o propósito de apontar o verdadeiro Filho de Deus.

Aplicação:

A. As narrativas analisadas no capítulo 1 de João nos ajudam a entender que todos aqueles que são levados a ter uma experiência prática com Jesus, pela fé, recebem a oportunidade de, não somente experimentarem Suas bençãos, mas também, se tornarem testemunhas de Jesus e de Seu poder para transformar vidas e corações.

Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB


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