Motivados pela Esperança - Comentário LES

Isaías 25.9

A. Sem dúvida alguma, a esperança é a base e, por vezes o motor que sustenta a fé cristã. E, dos motivos que temos para manifestar esperança, a Segunda Vinda de Cristo é, com certeza, o que deve mover nossos esforços para um vida de preparação e pregação dessa mensagem. Amplamente apresentada no cânon bíblico, seja de modo direto ou indireto, esse evento é o que fornece ao Cristianismo o sentido e o propósito necessário para avançar. Embora o Evangelho, como instrumento de transformação humana nos ofereça muito mais do que somente a esperança na Volta de Cristo, é ela que completará e coroará todo o que Jesus fez em nosso favor e, nos devolverá a oportunidade de novamente receber de Deus o que a desobediência nos tirou.

B. A promessa de Seu retorno - É bem verdade que o Evangelho oferece a aquele que crê um grande conjunto de benefícios que, proporciona mudança, crescimento e desenvolvimento humano progressivo, caso as instruções do Evangelho sejam colocadas em prática. No entanto, não há maior benefício do que ver o sofrimento e a dor dessa vida chegar ao fim.

  • Os primeiros cristãos não enfrentaram a morte e a perseguição pelo desejo de continuarem nesse mundo, como ele se encontra. Pelo contrário, enfrentaram o que enfrentaram com a esperança de se reencontrarem com Jesus.
    • Se a morte colocava fim ao período de luta e espera, a ressurreição por meio da vinda de Cristo, os enchia de esperança.

C. Esperando o tempo - A Bíblia contém verdades incompreensíveis, dentre elas a de que o Senhor Jesus virá com poder e glória e, todo o olho o verá. Racionalmente, esse evento é impossível, assim como, muito daquilo que encontramos nas profecias. No entanto, Ele prometeu e cumprirá.

  • Contudo, o tempo é, ao mesmo tempo aliado e inimigo da fé cristão, quando o assunto é o retorno de Cristo. Isso porque, o tempo nos fornece oportunidade de preparo. Mas também, por outro lado, possibilita a surgimentos de "teorias" que visam explicar o quando e como o evento ocorrerá. 
  • Essa realidade, ao mesmo tempo promoveu o surgimento de movimentos de reavivamento da fé, como abriu as portas para todo tipo de interpretação destituída da revelação profética.

D. Guilherme Miller e a Bíblia - Assim como os demais reformadores que se levantaram antes de Guilherme Miller, todos eles avançaram em direção a compreensão mais completa da Palavra de Deus e suas profecias. No entanto, Miller pode haver se esquecido, em meio ao calor e fervor de suas descobertas que aquilo que Deus não revelou, permanecerá velado. 

  • Embora as profecias sobre o breve retorno de Jesus tivessem que ser novamente colocadas em relevo e apresentadas ao mundo como uma "verdade presente", o momento que ocorreria esse evento não havia sido colocado por Deus como algo a ser investigado pelos cristãos.
    • O foco da poderosa mensagem de Miller não deveria ser o "quando", mas sim o "o que". Nesse caso, o "o que" ou o evento era a Volta de Jesus e a necessidade de preparação.

E. Os 2.300 dias - Tente imaginar a alegria e entusiasmo de Miller e daqueles que com ele estudavam a Palavra de Deus quando se viram muito próximos de identificar o "dia da volta de Jesus". 

  • De posse da cronologia bíblica descrita em Daniel 8 e 9 a alegria e expectativa só aumentava diante da eminência de descobrir, quando o período de 2.300 dias tinha começado.
    • A data em que teria sido dada a ordem para "reconstruir Jerusalém" (Daniel 9.25), marcaria o ponto de partida.

F. Início e fim dos 2.300 dias - O decreto de Artaxerxes, de 457 a.C., foi o último de três decretos que permitiram que os judeus retornassem para reconstruir Jerusalém e restaurar os serviços do templo. Esse terceiro decreto foi o mais completo e marca o início dos 2.300 dias/anos. 

  • Nessa profecia, Daniel predisse que desde a “ordem para restaurar e para edificar Jerusalém” até o Messias seriam 69 semanas proféticas, ou 483 dias, ou anos literais. Visto que o decreto foi emitido no outono de 457 a.C., 483 anos se estendem até o outono de 27 d.C. A palavra “Messias” significa “Ungido”. No outono de 27 d.C., Cristo foi batizado e recebeu a unção do Espírito (At 10:38). Depois do batismo, Jesus saiu “pregando o evangelho”. Ele dizia: “O tempo está cumprido, e o Reino de Deus está próximo; arrependam-se e creiam no evangelho” (Mc 1:14, 15). 
  • Na primavera de 31 d.C., no meio da última semana profética, três anos e meio após o Seu batismo, Jesus foi crucificado. O sistema de ofertas que apontava para o Cordeiro de Deus cessou com o sacrifício no Calvário. O tipo havia encontrado o Antítipo e, finalmente, todos os sacrifícios e ofertas do sistema cerimonial cessaram. 
  • As 70 semanas, ou 490 anos, destinadas aos judeus, terminaram em 34 d.C. com a rejeição da mensagem do evangelho pelo Sinédrio (At 6:8– 7:60). 
    • Subtraindo 490 anos da profecia dos 2.300 anos, restam 1.810 anos, que nos levam a 1844 d.C. Miller acreditava que o santuário era a Terra e presumiu que Cristo purificaria a Terra pelo fogo em 1844 (ver gráfico na lição de sexta-feira). 

Destaque:

A. A vida cristã, permeada de suas normas de conduta, instruções, orientações e mandamentos, não visa, de modo algum, nosso aperfeiçoamento para nossa perpétua permanência neste mundo. O ser humano não foi criado para viver eternamente nesse mundo deformado pela desobediência humana, pelo contrário, fomos criados para estar onde Deus está. Logo, o que o Evangelho nos apresenta, além de ser um modo de vida presente pautado na vontade de Deus. Ele nos prepara para sermos aceitos, pela fé, no mundo que nos foi preparado. Em resumo, estamos aqui de passagem, aguardando e nos preparando para a volta de Jesus.

Aplicação:

A. Um dos mais poderosos benefícios da Reforma Protestante foi o reavivamento da fé na Segunda Vinda de Cristo. Isso por que, não vivemos mais, unicamente para esse mundo ou para essa vida. Mas somos chamados a viver de modo a nos preparar para uma nova vida no lugar de onde nunca deveríamos ter saído. Por isso a vida cristã envolve mudança e preparação. Mudamos para viver o hoje e, nos preparamos para viver o amanhã.

Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB

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