Luz do Santuário - Comentário LES
Hebreus 8.1 e 2
A. Êxodo 25.8 e 9 coloca o leitor, novamente, em conexão com uma realidade que será apresentada em todo o contexto bíblico: Deus tem um local destinado à julgar o pecador e condenar o pecado. Este local é o Santuário Celestial. Este, simbolicamente, foi o local onde fora apresentada a acusação contra o caráter de Deus, expresso em Sua Lei. Bem como, é o local onde a defesa em favor do caráter divino deve ser apresentado a fim de reivindicar o caráter de Deus e, condenar o pecado e o pecador. A fim de que todo esse processo "judicial" envolvendo Deus e suas criaturas pudesse ser exemplificado a ponto de se tornar compreensível a mente humana Deus, orientou Moisés a construir uma "replica" do Santuário de Deus, entre os homens. Com o intuito de ensinar, didaticamente, o processo adotado por Deus para investigar, comprovar e, executar Seu Juízo.
B. O Santuário Celestial - O método utilizado por Deus para ensinar seu povo sobre como lidaria com o problema do pecado fora tão minuciosamente elaborado que mesmo uma criança ao ter acesso ao procedimento adotado no Tabernáculo do deserto (figura do Santuário celestial), podia compreender, em figura e detalhe, o amor de Deus expresso por meio de figuras que apontavam para o que ocorreria no céu.
- O caminho do pecador arrependido ate o entrada da "Tenda do Encontro", acompanhado por um "cordeiro sem defeito" inocente e substituto que enfrentaria a morte pelo ato de desobediência humana. A oração de confissão do pecado e a fé na transferência do pecado para o animal. A ação do Sacerdote de sacrificar o animal e apresentar seu sangue perante Deus em meio a orações intercessoras em favor do pecador. E, a posterior aceitação divina e a concessão do perdão, evidenciada pela manutenção da vida do ser humano.
- Tudo isso era Deus ensinando ao ser humano como estava lidando, o presente e apontando para futuro, como forma de resolver o problema do pecado.
C. No Santo dos Santos - O Tabernáculo do deserto era subdividido em três partes igualmente importantes:
- O Pátio - onde a oferta era apresentada e sacrificada;
- O lugar Santo - onde o Sacerdote entrava todos os dias e o sangue das ofertas eram apresentados juntamente com as orações intercessoras e;
- O Santo dos Santos - onde o Sumo Sacerdote entrava somente uma vez por ano a fim de fazer expiação (purificação - eliminar o pecado), pelo Santuário e pelo povo.
- Segundo o que nos é apresentado pelo profeta Daniel, após a morte e ascensão de Jesus, Ele inicia sua atividade no lugar Santo. Para em 1844 dar início a Sua atividade no lugar Santíssimo. Dando inicio a purificação do Santuário Celestial.
D. O Juízo - O dia da Expiação ou purificação é, em sua essência, um dia de Juízo. E, como tal, esse dia, invariavelmente, promove duas ações: Absolvição ou Condenação.
- A boa notícia é que o desfecho ou resultado desse dia é de inteira responsabilidade daqueles que se apresentam diante de Deus, o Juiz.
- Isso porque, se cremos, pela fé, no sangue de Cristo e em sua obra intercessora em nosso favor, confessando e abandonando o pecado, somos Absolvidos e salvos da condenação.
- Contudo, caso não confessamos e nem abandonamos o pecado, somos Condenados e, seremos destruídos juntamente com o originador do pecado.
- Logo o dia da Expiação ou dia do Juízo é um dia de esperança e livramento, mas pode se tornar um dia de tristeza e destruição. Depende de nossa atitude e escolha diante da obra realizada por Cristo no Santuário celestial hoje.
E. A boa notícia do lugar Santíssimo - No contexto do Santuário do deserto e, mesmo no Templo de Jerusalém, para onde afluía grande multidão de pessoas todos os dias para serem ensinadas pelos mestres da Lei, bem como para, apresentarem a Deus suas ofertas de remissão de pecados, o acesso as partes interiores, como lugar Santo e Santíssimo, eram reservados somente ao sacerdote e sumo sacerdote, respectivamente. Contudo, por meio de obra sumo sacerdotal de Jesus, todos tem acesso, por meio Dele a presença do trono de Deus.
- Segundo João 14.6 Jesus declara ser Ele mesmo o "caminho" que oferece acesso à Deus. Caminho oferecido por meio de seu sacrifício e obra em nosso favor (cf. Hebreus 10.20). Um caminho sinalizado com sangue.
- Sangue que, pela fé, nos oferece e atribui sobre o pecador, justiça capaz de habilitar a nos aproximar novamente de Deus, por meio da fé e da intercessão ininterrupta de Cristo em nosso favor.
F. Jesus, nosso Advogado no juízo - A ressurreição de Cristo oferece ao cristão acesso a uma nova e importante compreensão sobre a obra de Jesus. Agora Ele, revestido de vestes talares, as vestes do Sumo sacerdote, não somente ministra como Intercessor, mas também, como Advogado.
- A sala do trono de Deus é também, a sala de "audiência" do universo.
- Ali, Deus, recebe de Cristo nossas orações e, por nós intercede.
- Exercendo sua atividade Intercessora e de Mediação.
- Ao mesmo tempo que, recebe, analisa e advoga em favor de nosso caso junto a Deus.
- Exercendo sua atividade como Advogado de defesa no juízo divino.
Destaque:
A. A dinâmica didática do Tabernáculo do deserto (figura do Santuário celestial), destaca que o dia da Expiação ou purificação, remetia a um dia especial. Um período de tempo em que Deus operava a purificação do povo por meio de um ato de perdão. Contudo, a oferta de perdão e reconciliação com Deus não alcançava a todos. Pelo contrário, era direcionada a aqueles que pela fé, afligiam seu coração ou examinavam sua vida, confessando os pecados e, manifestando fé no sangue substitutivo do Cordeiro de Deus. Logo, o dia da Expiação era o dia do perdão, um dia em que todos os fiéis, amanheciam em pecado e, ao final da tarde, estavam justificados, perdoados de todos os pecados e, reconciliados com Deus.
Aplicação:
A. Se, com sinceridade e fé todos os pecadores eram perdoados e reconciliados com Deus por meio da obra do Sumo Sacerdote no dia da Expiação. E, tudo o que ocorreu no Santuário do deserto é um figura do que esta ocorrendo no céu hoje. Logo, eu devo manifestar hoje, o mesmo procedimento adotado pelos fieis no deserto, mantendo me em exame sincero para que possa confessar meus pecado a Deus, crendo na intercessão e mediação de Jesus.
Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB
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