As duas testemunhas - Comentário LES

Isaías 40.8

A. Ao observar a história humana, fica evidente que, desde Gênesis 3.6, o ser humano não somente aceito a possibilidade de Deus estar errado, bem como, vem lutando com toda sua energia e "poder", para provar sua tese. Semelhante luta é, igualmente travada contra tudo o que se coloca em posição de "testemunhar" a favor de Deus. Entre aqueles que testemunham a favor de Deus, se destacam: a Bíblia e, aqueles que nela confiam. No entanto, sem dúvida alguma, o poder e veracidade do testemunho humano, além de basear no texto Sagrado, não se compara a seu poder. Logo, a Bíblia e ela somente é o firma fundamento e poderosa fonte da revelação divina. Nas palavras de Jesus "são elas mesmas que testificam" de quem Ele é (cf. João 5.39), sua obra e autoridade.

B. As duas testemunhas -  Em João 5:39, Jesus declarou que as Escrituras (o AT), testificavam (dão testemunho) Dele. Ele também disse que o evangelho seria proclamado “para testemunho” ao mundo inteiro (Mt 24:14). A base desse testemunho é o AT juntamente com o NT. A palavra traduzida como “testemunho” nesses dois versos vem da mesma raiz (martys) da palavra traduzida como “testemunhas” em Apocalipse 11:3. 

  • Quem são essas duas testemunhas? Tendo em vista esses pontos bíblicos e as características dadas em Apocalipse 11, concluímos que as duas testemunhas devem ser as Escrituras do AT e do NT, que comunicam a luz e a verdade de Deus ao mundo (LES). 
    • Somado a essas evidências textuais bíblicas, temos o apoio das palavras do salmista em Salmo 119, onde são apresentadas várias citações fazendo referência a Bíblia como "testemunhos".

C. Períodos de tempo proféticos - Apocalipse 12:6 fala dos 1.260 dias de perseguição do povo de Deus. Apocalipse 12:14 fala de um tempo, tempos e metade de um tempo. Apocalipse 13:5 fala dos 42 meses, que são mencionados em Apocalipse 11:2, 3 junto com os 1.260 dias. Todas essas profecias descrevem diferentes aspectos do mesmo período de tempo. 

  • Quando a autoridade das Escrituras é negligenciada, autoridades humanas tomam seu lugar. Isso muitas vezes leva à perseguição dos que defendem a Bíblia, o que ocorreu no tempo de domínio papal (538-1798 d.C.), quando a igreja medieval mergulhou em profunda escuridão espiritual. Os decretos humanos substituíram os mandamentos divinos. As tradições ofuscaram a simplicidade do evangelho. A igreja romana se uniu ao poder secular para estender sua autoridade sobre a Europa (LES). 

D. A morte das duas testemunhas (a Bíblia) - No ano de 1798 chegava ao fim o período de dominação do poder da igreja católica como um poder imperial.  Por meio da intervenção Francesa, o papa foi deposto e morreu na prisão. A igreja deixou, temporariamente, seu poder e domínio. Contudo, o poder sempre passa de mão em mão e, desta vez esteve sob as mãos do governo francês.

  • Logo, o inimigo de Deus e da verdade, viu-se em oportunidade de se utilizar do governo francês para agir contra a Palavra de Deus. 
  • Decretar o banimento da religião, o fechamento das igrejas, a queima das Bíblias e a mudança no calendário, como havia sido profetizado por Daniel, abriu as portas para o domínio do inimigo.
    • Os corpos das duas testemunhas não seriam sepultados durante “três dias e meio” (Ap 11:9), ou seja, três anos e meio literais. O ateísmo esteve em seu auge na Revolução Francesa por cerca de três anos e meio. Esse período se estendeu de 26 de novembro de 1793, quando um decreto de Paris aboliu a religião, a 17 de junho de 1797, data em que o governo francês removeu suas leis religiosas restritivas (LES).

E. A ressurreição das duas testemunhas - No fim da Revolução Francesa, a Palavra de Deus, de forma figurada, voltaria à vida. Haveria um reavivamento. Grande temor cairia sobre os que vissem a Palavra divina mais uma vez se tornar o poder vivo para a salvação. No fim do século 18, Deus levantou homens e mulheres comprometidos em levar o evangelho até os confins da Terra. Pessoas espalharam a mensagem da Bíblia rapidamente, como William Carey, que viajou para a Índia e traduziu a Bíblia para dezenas de dialetos indianos. Impulsionados pelo poder da Bíblia, missionários foram enviados ao redor do mundo (LES). 

F. Verdade triunfante - A Revolução Francesa, não foi, a mais violenta nem a mais poderosa, já realizada pelo homem. Contudo, sem dúvida, foi a mais franca investida contra Deus. 

  • Felizmente, como vimos, Deus triunfou. E Sua vitória, também foi a vitória de Sua vontade, expressa em Sua Palavra. 
  • Sem dúvida alguma, esse episódio deve ser estudado e seus efeitos evitados, a fim de que não voltem a se repetir. 

Destaque:

A. Frente ao históricos, constantes e permanentes ataques contra a Palavra de Deus, deve-se perguntar: Por que? Qual a razão desse livro ser perseguido de tal forma? Verdade é que nele há instrução capaz de transformar vidas e corações. Exemplos há aos milhares sobre o efeito de seu poder. Mas igualmente verdade são os esforços para silenciar suas verdades. No entanto, frente a tão longa história de resistência, devemos reconhecer que sobre esse livro age um poder que não pode ser explicado. Poder que o homem não poder vencer.

Aplicação:

A. Isaías 40.8 é, seguramente um texto que destaca e ressalta a imutabilidade e eternidade da Palavra de Deus (a Bíblia), visto que ela permanece para sempre. Ao mesmo tempo, o texto contrasta a eternidade da Palavra de Deus, com a transitoriedade da vida e "glória" humana. Neste texto, o profeta destaca o ser humano, comparando com a "erva e sua flor". Ambos murcham e caem, símbolo de fraqueza e morte. Assim, enquanto a autoridade, poder e glória humana morre e passa; a autoridade, o poder e a glória de Deus e sua Palavra, permanece para sempre. Não compensa lutar contra esse poder, por isso somos convidados a nós submeter.

Pr Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB

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