O Pai, o Filho e o Espírito Santo - Comentário LES

João 14:26

A análise cuidadosa do verso 26 do capítulo 14 do evangelho de João, nos levará a conclusão de que Aquele que está sendo apresentado/prometido é apresentado por meio de três de suas mais importantes características: 
  • Consolador (consolo) e Espírito Santo (espírito) e (santo). Assim como é declarado sobre Jesus, a segunda pessoa da divindade o ser apresentado pela Bíblia é "consolador" da raça humana. E, do mesmo modo como é declarado sobre o Pai, Ele é espírito. Isso quer dizer que ao se revelar a raça humana, tem se revelado, com maior frequência, de modo imaterial (espírito). E, por fim, a última características é Sua condição de santidade, assim como Deus é apresentado, por diversas vezes, no Antigo Testamento.
O verso vai adiante e nos informa quais são Suas funções, relacionadas a obra de Jesus: 
  • Ensino e Lembrança. Logo, tem a função de ensinar a raça humana e fazer-nos lembra o que nos ensina, bem como aquilo que nos foi ensinado por Jesus. 
    • Vale destacar que, se Sua função está relacionado ao ensino de todas as coisas, ao mesmo tempo que nos fará lembrar das palavras de Jesus, o centro da atuação do Espírito é nossa mente. Pois ali se encontra a cede cognitiva humana. Assim, a ação do Espírito está ligada a Bíblia, fonte de conhecimento e relacionada a mente humana, fonte de nossas decisões.
      • Caso não dediquemos tempo ao estudo da Palavra, não teremos acesso ao conhecimento. Impossibilitando a ação de lembrar-se.
No verso também nos é indicado o foco central da ação de ensino e lembrança:
  • Ensino que, não está restrito a uma parte, mas sim, a "todas as coisas" e a " tudo o que Jesus disse".
Por fim, o verso nos coloca diante de uma das poucas oportunidades textuais em que são mencionados num mesmo contexto as três pessoas da divindade (trindade). E, todos envolvidos num só propósito: minimizar os efeitos da partida de de Jesus e conduzir os apostos (e nos hoje) no avançar da pregação do evangelho. Bem como da salvação humana.

Objetivo: Examinar como o evangelho de João apresenta o Pai, o Filho e o Espírito Santo dentro do contexto da despedida de Jesus (João 13-17).

A. O Pai - Na Bíblia não temos uma descrição individual e detalhada sobre Deus o Pai. Poucas são as citações exclusivas sobre a primeira pessoa da divindade. Contudo, em João, Jesus tem a função de nos revelar aquilo que jamais foi visto.
  • Conectando João 1 com Gênesis 1, recebemos a informação de que Deus é Criador 
  • Do mesmo modo, que sem muita dificuldade, notamos que a partir da entrada da desobediência no mundo, o mesmo Deus, toma a iniciativa de restaurar a humanidade ao relacionamento que havia anteriormente.
  • Logo, Deus o Pai é Criador e Restaurador da humanidade.
    • Obra que realiza por meio do ensino da Palavra (cf. João 6:45) e da morte de Jesus.
B. Jesus e o Pai - Uma vez que a obra de Deus, o Pai, está ligada, com maior ênfase, a Criação e Restauração humana, Jesus, o Filho, assume a posição de "agente" da Restauração e da Revelação oferecida por Deus.
  • A fim de ter restaurado o relacionamento rompido com Deus por meio da desobediência humana, Jesus se fez homem a fim de oferecer ao homem a oportunidade de conhecer quem é Deus e ter acesso a Seu plano de restauração humana.
C. Conhecer Jesus é conhecer o Pai - Em Colossenses 1:15, Paulo afirma que Jesus é "a imagem do Deus invisível". E, em Hebreus 1:3, o autor aforma que Jesus é "a expressão exata do seu Ser", noutras palavras, a expressão do ser de Deus.
  • Assim, conhecer a Jesus é o mesmo, em toda a sua amplitude e profundidade, conhecer o próprio Deus. 
  • De igual modo, não conhecer a Jesus impossibilita, em toda amplitude e profundidade, compreender quem é Deus, o Pai.
D. O Espírito Santo - Não me recordo de outro texto, nas Sagrada Escrituras, onde tenhamos maior conteúdo sobre a revelação do Espírito Santo do que o evangelho de João. 
  • Do início ao fim de sua narrativa sobre o ministério de Jesus vemos, de modo explícito ou implícito ao texto, referências importantíssimas sobre a revelação do Espírito Santo.
  • Logo, em João, Jesus não só é apresentado como o agente revelador do Pai, mas também do Espírito Santo, pois neste evangelho é apresentado diversas declarações de Cristo sobre a identidade, características e missão da terceira pessoa da divindade.
    • Sem Ele, diga-se de passagem, não se consuma o processo do Novo Nascimento (Batismo).
E. A oração de Jesus - João 17, como próprio subtítulo afirma, não só é a oração de Cristo mas também, resume seu mais sincero e profundo desejo: que sejam um com Deus e com o próximo assim como, Ele e o Pai são um.
  • Assim como, o Pai, o Espírito Santo e Jesus são um, Cristo deseja que também sejamos.
    • Algo que só pode ser alcançado por meio da esteira e continua comunhão com a divindade.
  • Jesus, o Espírito Santo e o Pai são apresentados em unidade:
  1. Essência: 
    1. Em essência, características e atributos, as três pessoas da divindade são iguais, como se todos fossem um. 
      1. Dentre as características ou atributos que os define e os assemelha destaca-se o amor pela humanidade.
  2. Propósito: 
    1. Se em essência ambos são um, o mesmo se dá em relação ao propósito. Todos compartilham o mesmo desejo de salvar o ser humano. Restaurando os a sua condição original: relacionado diretor e ininterrupto com o Criador. 
      1. Uma vez que a desobediência rompeu o relacionamento com o divino, Pai, Filho e Espírito Santo se entregaram, como um, com o intuito de restaurar o relacionamento. 
      2. Por meio da revelação do verdadeiro caráter de Deus ao ser humano.
Destaque:
A. Em diversos momento do texto Sagrado encontram-se citações sobre a necessidade de conhecermos a Deus. Esse conhecimento nos é oportunizado por meio do contato com a natureza, por meio da consciência humana e por meio da história da humanidade. Contudo, de modo ainda mais específico e apurado, podemos acessar o conhecimento de Deus por meio da pessoa de Jesus, o agende da revelação divina. Logo, diante de tantas exortações para conhecer a Deus, qual é a razão, motivo ou a necessidade de conhecê-lo? O conhecimento de Deus é, seguramente, a única forma de desfazer a pálida, fosca e destorcida imagem do caráter divino,  apresentada a humanidade, pelo inimigo de Deus.

Aplicação:
A. O sábio Salomão declara: "[...], o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade." (Eclesiastes 4:12b). Embora neste texto o autor esteja se referindo ao relacionamento interpessoais, a citação cabe também, como ilustração para a ação conjunta das três pessoas da divindade em favor do ser humano. Pai, Filho e Espírito Santo agem unidos num só propósito de nos oferecer o que não temos: direito e acesso a salvação (relacionado diretor com Deus).

Pr Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB 

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