Epílogo: conhecendo Jesus e Sua Palavra - Comentário LES

João 5:39

Na Bíblia, há uma ligação indissolúvel entre conhecimento e experiência, entre ouvir e praticar, entre acreditar e obedecer. Todos estes aspectos estão intimamente ligados de modo que, atender a um, implica em atender o outro. Caso isso não ocorra, o processo de transformação oferecido por Deus ao homem é interrompido e se torna incompleto. Isso porque:
  • O conhecimento leva a experimentação;
  • O ouvir leva a prática do que foi ouvido e;
  • Acreditar leva a obedecer, ou seja, viver de acordo com o que acredita.
Assim, o objetivo de irmos a Bíblia é para que conheçamos a Deus/Jesus e Sua vontade para nossa vida. Contudo, conhecer Sua Palavra e não experimenta-la de modo prático, obedecendo o que ela nos apresenta, de modo a permitir desenvolver e crescer nossa fé em Jesus, não nos fará diferente de muitos que não demonstram fé nas Palavras de Deus. Os discípulos, como muitos hoje, passam tempo com Jesus e Sua Palavra, mas não demonstram fé prática naquilo que recebem dele. Nossa única salvaguarda e irmos além do conhecimento, do ouvir e do acreditar. Precisamos experimentar, praticar e obedecer a tudo aquilo que recebemos de Cristo por meio de Sua Palavra. Só assim, permitiremos que faça em nós e por meio de nós, o que não podemos fazer e ser.

Objetivo: Compreender que para conhecer a Jesus e, por consequência a Deus o Pai, temos que dedicar tempo ao estudo, exame e prática daquilo que a Bíblia nos apresenta sobre quem Ele é e Sua vontade.

A. Encontro na Galileia - Quando recorremos ao relato da ressurreição de Jesus notaremos que embora houvesse uma predição clara de Jesus quanto ao local onde deveriam se encontrar (Galileia), Jesus se revelou por três vezes aos discípulos em Jerusalém. No entanto, o local de encontro era a Galileia.
  • O capítulo 21 é destinado a reforçar a ideia de que o encontro marcado na Galileia tinha um propósito: restaurar Pedro a sua posição de liderança na igreja de Cristo.
    • Nesse encontro Jesus retoma aos temas apresentados no início do chamado feito aos discípulos envolvendo pesca e Sua indicação de como pescar.
    • Jesus retoma também, ao momento em que Pedro recebe a orientação sobre sua "queda e restauração".
      • E, é nesse momento que Cristo oferece ao discípulo a oportunidade de tomar uma atitude diferente da primeira.
        • Se, a primeira oportunidade Pedro, levado pela arrogância e presunção pecou.
        • Agora, na segunda oportunidade, levado pelo sentimento de humildade, preferiu ele reconhecer que ainda não amava a Jesus do mesmo modo que Jesus o amava.
        • Isso revela que Pedro já estava no processo de restauração. Pois havia reconhecido onde errou e mudou a atitude.
B. Mantendo os olhos em Jesus - Parece que, como no passado, o que ocorreu com Pedro estava ocorrendo de novo. Quando Pedro foi convidado a andar sobre as águas, ele afundou por tirar os olhos de Jesus. Agora, junto a praia, estava perdendo o foco mais uma vez, por tirar os olhos de Jesus.
  • Ao ser convida a seguir a Jesus, o texto revela duas conotações importantes:
  1. O convite foi para seguir a Jesus na praia. O que indica que ambos deveriam estar caminhando juntos na areia da praia.
  2. O convite era para que ele (Pedro) seguisse a Jesus como parte dos líderes da igreja. A fim de aprender de Jesus e instruir e restaurar seus irmãos.
  • Logo, o chamado para seguir a Jesus era também, uma renovação ao chamado para o ministério.
  • Neste porém, deveria Pedro, manter os olhos em Jesus e em nada mais. Não se importando com o que ocorreria com os demais, incluindo João (João 21:21).
C. Luz e trevas - O evangelho de João destaca a relação conflitante entre luz e trevas. Neste contexto luz se refere a ação de Jesus de revelar o Pai e Sua vontade. Enquanto trevas se refere a indisposição e recusa em aceitar o conhecimento e a revelação que Jesus oferece.

D. Teologia "de cima" ou "de baixo" -  A Bíblia como meio de revelação da vontade de Deus não somente nos apresenta Sua vontade mas também, revela como devemos complicar em prática o que Deus espera de nos.
  • Assim, devemos buscar na Bíblia não somente o que devemos fazer mas também, o como fazer.
  • O o que fazer está escrito e, o como fazer Jesus nos deixou o exemplo. Seja o Seu ou o de seus servos/discípulos.
    • Logo, não basta saber o que Ele espera de nós, precisamos colocar em prática, precisamos viver.
    • Conhecer Sua vontade e obedecer. Ouvir e praticar, pois a prática da vontade de Deus é uma expressão de amor a Deus.
E. Permanecer em Jesus - Jesus, segundo a Bíblia é a fonte. A fonte da água da vida, do pão do céu, do conhecimento sobre Deus, do amor e de tudo o que precisamos para nos tornar e nos desenvolver na vida cristã. Sem Ele não há cristianismo, sem Ele não há restauração e salvação.
  • Logo, não há cristianismo sem Cristo. 
  • Ou permanecemos nele e em Sua Palavra ou não somos cristãos.
  • Embora muitos tentam e insistam em desenvolver um "cristianismo sem Cristo" todas as tentativas são frustradas e terminam em fracasso.
    • O cristianismo está fundamentado em Cristo e só é real e transformador se inicia nele e permanece nele.
Destaque:
A. O capítulo 21 enfatiza a segunda chance oferecida a Pedro de primeiro, reconhecer seu erro e mudar a atitude. Segundo, seguir a Jesus. E, terceiro, ser restaurado a posição de liderança da igreja de Cristo. Note, Pedro nunca foi indicado por Jesus como líder primeiro da igreja. Pelo contrário, foi ele restaurado ao corpo de líderes da igreja. Fato é que em Atos dos Apóstolos ele não aparece como líder maior de toda a igreja. Sua restauração lhe deu encorajamento para ser restaurado ao grupo dos apóstolos como parte da liderança da igreja de Cristo. O que ele, de fato, desejava.

Aplicação:
A. Pense na forma mais completa e real de demonstrar amor a alguém. Não é por meio do que você diz e sim por meio do que você faz. Assim, dizer que ama a Deus não reflete de modo completo seu amor por Ele. Somente quando além de dizer, você e eu colocamos em prática o que afirmamos por palavras que, de fato, revelamos nosso amor a Deus. A mais clara demonstração de amor é obedecer.

Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB 

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