Deus ama com generosidade - Comentário LES
Oséias 14:4
Estamos iniciando um novo trimestre de estudo e para este, o tema será: O amor e a justiça de Deus. Para isso, não poderíamos iniciar o estudo deste tema de modo melhor do que o fazer por meio do livro do profeta Oséias. Dos profetas do Antigo Testamento, que tratam, direta ou indiretamente, sobre o atributo do amor de Deus, o relato de Oséias esta mergulhado no amor. Suas páginas respingam as mais belas declarações de amor de Deus para com Seu povo. Dos 14 capítulos que compõem o livro do profeta, todos, falam sobre o amor de Deus pelo pecador. O apelo do livro é para que o reino do norte (Israel) considere o amor de Deus e se arrependa de sua desobediência e dos atos de rebeldia. Apelo que, infelizmente, não foi atendido. Não obstante, Deus não deixou de amá-los e de externar Seu amor por eles. No entanto, o Senhor é o único ser do universo capaz de conjugar de modo perfeito e equilibrado amor e justiça. E, enquanto, por seu amor, Ele se entrega para salvar. Por sua justiça, Ele veio e virá para julgar e condenar.
Objetivo: Compreender se de fato, amamos a Deus, assim como Ele nos ama, com generosidade.
A. Superando expectativas razoáveis - Caso tome por base o diálogo de Jesus e Pedro em João 21, onde Cristo questiona o discípulo se ele o ama, precisamos compreender que o que Jesus esta fazendo ali, não é somente questionar o amor de Pedro por ele. Acima de tudo, Jesus está declarando Seu amor pelo discípulo que o havia traído.
- Se levarmos em consideração as últimas ações de Pedro, sua arrogância, sua prepotência, sua impulsividade e orgulho (características que o levaram a declarar seu enganoso amor a Jesus antes da cruz), facilmente concordaríamos que Jesus não deveria estender a Pedro oportunidade de perdão ou reintegração ao discipulado. Contudo, Jesus, por amor, estendeu a ele novo oportunidade de reintegração.
- A mesma manifestação de amor generoso, que supera nossas expectativas, pode ser encontrado no relato de Êxodo 33:15-22.
- Neste o povo, recém liberto do Egito, ao invés de permanecer em adoração e gratidão a Deus, tão logo se viram sem a liderança de Moisés, voltaram as costas as ações milagrosas de Deus e escolheram para si outro deus.
- O Senhor, bem poderia tê-los deixados só no deserto. Ou, ainda, poderia tê-los destruído por completo. Tendo a desobediência e idolatria como motivos que justificaria a Sua decisão e ação.
- No entanto, o Senhor os perdoou, dando ao povo a oportunidade de serem guiados pela presença do Anjo do Senhor.
- No relato, Deus não somente externa Seu amor pelo povo, mas vai ainda mais longe ao declarar no verso 19 Sua decisão de agir com "misericórdia com quem Ele desejar manifestar Sua misericórdia".
- Noutras palavras, Deus esta a declarar que Ele tem o direito de ser misericordioso com quem Ele desejar ser. Isso implica Ele manifestar misericórdia e amor mesmo para com aqueles que não merecem receber.
B. Amor não correspondido - Como já afirmamos na introdução deste estudo, caso desejemos compreender o tema do amor generoso de Deus, podemos encontrar uma bela revelação deste no livro de Oséias. Pois ali encontramos um Deus cujo o amor não é correspondido.
- A semelhança do que é apresentado em João 21, na restauração de Pedro, Oséias revela um Deus que ama mesmo aqueles que o traem. Mesmo aqueles que desejam amar aqueles que não os ama.
- Esse amor demonstrado por Deus nos provoca um questionamento: Como Deus pode amar mesmo aqueles que escolhem traí-lo?
- Oséias responde essa pergunta ao afirmar que o amor de Deus pelo pecador é "voluntário, espontâneo e generoso".
- O substantivo usado em Oséias 14:4 para classificar o amor de Deus é "nedabah", usado também, para classificar o tipo de oferta apresenta "voluntariamente e generosamente" na adoração do Tabernáculo.
- Logo, o amor de Deus é amor generoso, voluntário e espontâneo. Mesmo em favor daqueles que não merecem.
C. Amor concedido livremente - Certa vez ouvi que o pagamento do voluntário é a gratidão. Assim, se Deus nos ama livremente e voluntariamente nossa obrigação, como resposta e pagamento por esse amor voluntário é sermos gratos a Deus.
- Uma vez que, gratidão e adoração estão ligados, o amor demonstrado por Deus em nosso favor, deveria nos levar a amá-lo. E, em nossa demonstração de amor, sermos gratos por esse amor.
D. Muitos são chamados mas poucos são escolhidos - Em se tratando do generoso de Deus, a parábola das bodas nos mostra como o amor de Deus é expresso na prática.
- Embora muitas vezes investimos tempo para compreender o que significa as palavras de Jesus no verso 14 (muitos são chamados, mas poucos são escolhidos). Como se por meio delas fosse possível afirmar a predileção de Deus em escolher um e rejeitar outros. A parábola tem outro foco.
- O foco principal da parábola é destacar o "amor generoso, espontâneo e voluntário de Deus". Amor que, mesmo rejeitado por aqueles que Ele ama, decide amar, igualmente, a todos.
- Isso pode ser visto nos versos 9 e 10:
- "Ide para as encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas a quantos encontrardes. E, saindo aqueles servos pelas estradas, reuniram todos os que encontraram, maus e bons; e a sala do banquete ficou repleta de convidados.".
- Note que o texto desta a quantidade de pessoas convidadas e, a qualidade das pessoas convidadas.
- Quantidade - TODOS;
- Qualidade - MAUS e BONS.
- Noutras palavras, o foco da parábola não está na possível seleção praticada por Deus em relação a salvação.
- O foco está no amor de Deus que é manifestado por TODOS e alcança MAUS e BONS.
- Amor generoso, espontâneo, voluntário e que não faz distinção.
E. Crucificado por nós - Na cruz, sem dúvida alguma, Deus revelou, de modo ainda mais profundo, Seu amor pela humanidade.
- João 10:17 e 18 lança poderosa luz sobre as "motivações" de Deus ao se entregar na cruz.
- Jesus ofereceu Sua, ela não foi tomada dele.
- E essa oferta foi voluntária.
Destaque:
A. O relato de Êxodo 33:19 revela que Deus é amor e, Seu amor é generoso além de nossa compreensão e aceitação. Neste e noutros relatos, Deus é apresentado como um ser cujo amor excede nossa compreensão de amor e justiça. Embora isso, posso parecer "injusto" quando aplicado a alguém que tenha praticado algum mal contra nós, o mesmo amor será, certamente, confortador, quando o alvo desse amor formos nós.
Aplicação:
A. Sem dúvida alguma, a lição mais importante a ser aprendida e pratica quando tratamos sobre o amor de Deus por nós é nos submetermos a esse amor a ponto de retribuirmos a Ele, semelhante amor.
Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Jaíba - MMN - USeB
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