O Chamado de Deus para a Missão - Comentário LES
Atos 1.8
A. Tendo em mente que a missão/obra de salvar o ser humano da condenação e do poder do pecado pertence exclusivamente á Deus, devemos considerar que os recursos e meios que Ele disponibiliza, bem como as estratégias para que essa missão/obra seja concluída serão elaboradas e apresentadas pelo Senhor da vinha (cf. Lucas 10). Ninguém esta mais interessado que o plano de salvação seja concluído do que Deus e, é seu desejo que para isso, possamos nos submeter a seu senhoril e colocar em prática suas instruções.
Para isso é necessário esclarecer que a obra/missão de Deus, da qual somos chamados para participar como "co-participantes e testemunhas" (Filipenses 1.8 e 2.13), está fundamentada no desejo divino de restabelecer o relacionamento eterno com o ser humano, esse relacionamento só poder ser restabelecido ou reconciliado por meio da fé (crença/confiança), em Jesus. Por fim, uma vez tendo este relacionamento restabelecido e, experimentando os benefícios deste, então somos chamados a testemunhar para os nossos (Marcos 5.19), e, se necessário para os que estão distantes de nós. Esta é a estratégia primária de Deus: Comece pelos seus e siga testemunhando ate aos confins da Terra.
B. Indo além das Fronteiras - Tendo em vista a missão divina, qual foi o erro daqueles que viviam em Babel?
- A leitura do texto bíblico, ao apresentar o plano original de Deus, revela que o objetivo era que o homem "se multiplicasse e enchesse a Terra". Contrariando essa ordem aqueles que se estabeleceram na planície do Sinar cometeram, pelo menos dois erros:
- Ao invés de ocupar toda a Terra, se uniram e se fecharam em torno de uma fortaleza (cidade);
- Ao se fecharem, unidos, estes que são identificados como sendo "os filhos dos homens" (cf. Gênesis 11.5), alvo da mensagem de Deus, estariam colocando impedimentos para que evangelho chegasse ate eles.
- Frustrando os planos de grandeza humano, os planos de Deus foram levado a vante. A barreira que os separava foi rompida e não houve limites ou fronteiras para impedir os "filhos de Deus", de terem a oportunidade de apresentar a todos o evangelho.
C. Seja uma benção - Gênesis 12.1 a 3, é um texto que reserva diversas lições, dentre elas, o chamado de Abrão para atuar como "missionário".
- Normalmente classificamos um missionário como aquele que sai de seu contexto geográfico e se coloca a disposição para apresentar o evangelho noutro local e para outras pessoas. Essa definição embora não esteja errada, não está completa, visto que, para um individuo sair para apresentar a mensagem de Deus para outros, antes ele precisa "crer" nesta mensagem.
- Logo, o primeiro passo para fazer de Abrão um benção foi iniciar a obra em sua vida. Para que a partir disso, ele pudesse ser utilizado para compartilhar com os demais o que Deus estava realizando em sua vida.
- Assim, o chamado de Abrão foi benção:
- Para ele mesmo;
- Para sua família e;
- Para todos aqueles com que ele teria contato.
D. O chamado de Abrão - O relato de Abrão no Egito nos revela que Deus, ao chamar Abrão, deu sequencia em sua obra tanto em Abrão, como na vida de Faraó. Tanto o portador da benção como o alvo dela, estavam sendo acessados, moldados e alcançados por Deus.
- Algo que aprendemos sobre o chamado e posterior erro de Abrão no Egito é que Deus não chamou um homem "sem defeitos", para revelar evangelho aos Egípcios. Assim como o Faraó, Abrão também precisa continuar sendo moldado e modificado por Deus.
- Isso revela que ao nos dispor a participar da obra de Deus como missionários, nos continuaremos sendo alvos da obra de Deus tanto quanto aqueles a quem Deus nos enviar.
- Participamos da obra de Deus a partir do momento que permitimos que Deus inicie e continue realizando sua obra em nós. Só assim, nos tornaremos aptos a ser benção para outros.
E. Zona de Conforto - O imperativo divino descrito em Atos 1.8 envolve um conjunto de fatores todos eles, intencionalmente, ordenados para uma fi alidade específica: alcançar a todos.
- No entanto, não foi com facilidade que os primeiros cristão aceitaram a tarefa apresentada por Jesus.
- Cada discípulo/apóstolos estavam sendo enviados a romper com o comum e se dispor a fazer o que estava além de sua próprias expectativas - oferecer o evangelho para aqueles que eles não desejavam salvar.
- Ao serem convocados a apresentar Jesus a habitantes da Judeia e Samaria, as testemunhas de Cristo compreenderam os aspectos universais da graça e do perdão oferecido por Jesus. Não deve haver exclusivismo no evangelho.
F. Comece onde você está - Há quem pense que ser testemunha de Jesus onde está (casa, família, bairro, cidade ou país), é mais desafiador do que ser noutra parte do mundo. Há quem pense que, como diz o ditado, "santo de casa não faz milagre". Em se tratando da ação de viver o evangelho essas alegações podem parecer reais, mas não são.
- A tarefa de testemunhar sobre Jesus envolve desafios que muitas vezes serão enfrentados onde estamos, bem como para onde vamos. Por isso, comece onde você está.
- No entanto, Jesus nos assegura que teremos dificuldades. Se tais dificuldades o impedem de testemunhar ou aqueles para quem tem testemunhado já não desejam ouvir seu testemunho, siga a "ordem" de Jesus: bata a poeira dos pés e siga ao encontro daqueles que desejam ouvir sobre o Cristo que você conhece.
Destaque:
A. O chamado para "ser" benção revela que a obra divina se inicia no portador da benção antes de ser comunicada ao destinatário da benção. Essa pode ser a razão pela qual não foi permitido aos anjos realizarem esta obra, visto não sermos capazes de nos assemelhar aos anjos. No entanto, quando um ser humano, falho e pecador, permite que Deus inicie e dê sequencia na obra de transformação em sua vida, ele mesmo pode, de maneira muito mais eficaz dos os anjos, revelar e comunicar aos demais seres humanos que Deus, de fato, tem poder, para mudar a vida humana.
Aplicação:
A. Ao ser chamado por Deus, Abrão recebeu um convite - seja benção. E, uma promessa - ser pai de uma grande nação. A partir de então Abrão creu, manifestando sua fé. No entanto, a pergunta é: Abrão creu no que? É importante destacar que Abrão não creu na promessa, mas sim naquele que fez a promessa. Ele creu em Deus. Esse é e sempre será o objetivo primário do evangelho - levar os seres humanos a voltar a confiar, crer e obedecer a Deus. O contrário disso (a desobediência e descrença), foram as bases do erro de Adão e Eva. Se pudermos crer e obedecer a Deus, Ele mesmo terminará sua obra em nós e através de nós.
Pr Vítor Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeb
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