As duas mulheres de Apocalipse - Comentário LES

 Apocalipse 17.14

A. No alicerce do Sagrada Escritura está a declaração de que Deus é o nosso Criador. Desta verdade deriva a fé Bíblica e, por consequência, a fé cristã. Essa verdade nos convida a adoração à esse Deus que nos criou. Em oposição a isso, o mesmo texto sagrado aponta que, desde os tempos eternos, se levantou um ser criado, opondo-se a Deus e, desejando para si mesmo a adoração devida a Deus. Logo, ao longo da história, o que vemos é o reflexo deste conflito entre forças opositoras. De um lado Deus - o criador - do outro, o adversário de Deus - o usurpador. No Apocalipse, ambas as forças novamente são representadas, apresentadas por meio da figura de mulheres. Uma representa a lealdade e fidelidade a Deus. A outra, representa exatamente o posto.

B. Dois sistemas opostos - No livro de Apocalipse, o texto nos apresenta duas mulheres em oposição. No texto mulher representa Igrejas, sistemas religiosos. 

  • Apocalipse 12.1 e 17 - Igreja - Mulher Pura;
  • Apocalipse 17.3 e 4 - Igreja - Mulher Impura.

C. O vinho da irá -  Em Apocalipse 17 vemos que do mesmo modo como o Evangelho Eterno deve alcançar todo o "mundo", o adversário de Deus empreendeu (passado), e novamente empreende (presente), estratégias para se relacionar e estabelecer vínculos com todos os habitantes da terra. 

  • Seu objetivo é merecer o apoio do Estado (Reis e Governantes), a fim de fazer valer sua vontade e obter autoridade.
    • Vale destacar que sua busca por "autoridade", se dá pelo fato de seus ensinos não estarem baseados na Palavra de Deus (autoridade divina).
  • Se tais ensinos não fazem parte da vontade de Deus, logo, são ensinos de "engano".
    • A fim de alcançar seus objetivos e manter sua autoridade usurpada a igreja tornou-se "impura" pois misturou verdade com mentira. 
      • A verdade do evangelho de Cristo com o engano das tradições.
        • Por isso vem o convite/apelo de Deus - "Saí dela povo meu (Apoc. 18.4)."

D. Babilônia - Ao identificar a Mulher/Igreja corrompida com "Babilônia" o autor de Apocalipse estabelece relação direta com a primeira menção da cidade na Bíblia.

  • Se retrocedermos a Gênesis 10.9 e 11.1 a 9 encontramos referências a essa cidade e sua praticas.
    • Em resumo, por conta de sua atitude em relação a Deus, a cidade e suas praticas se tornaram "sinônimo" de "Oposição", "Desobediência" e "Rebelião" contra a vontade de Deus.
    • Logo, a referência á Babilônia em Apocalipse retrata essa mesma realidade. 

E. Se assenta no lugar de Deus - Mesmo o estudo não aprofundado do relato Bíblico nos conduzirá a conclusão de que o desejo (objetivo), do inimigo é merecer e receber à adoração devida somente a Deus. Gênesis 3.1 a 5; Isaías 14; Ezequiel 28 e, em especial, Mateus 4 nos revelam que o inimigo tem tentado, ao longo dos séculos, alcançar seu objetivo de se assentar no lugar de Deus e ser como Deus.

  • Não por acaso ele (adversário), tem buscado esse fim por meio de pessoas e instituições por vezes usadas e mantidas por ele.
    • Ao logo da história reis, imperadores, monarcas e líderes mundiais, além de instituições militares foram meios pelos quais ele tenta controlar o mundo e desviar o povo de Deus.
      • Nesses últimos séculos da história ele tem usado a própria igreja de Deus. Formada pura e imaculada, hoje corrompida por desejos humanos manipulados pelo próprio dedo do adversário.
        • A Igreja (seus líderes), aos poucos, deixaram a posição de serva de Deus, para ocupar o lugar de Deus. Usurpando para si a autoridade reservado unicamente ao Senhor.
        • Colossenses 1.18 afirma, sem espaço para dúvidas: "Jesus é a cabeça da Igreja" - logo, suas palavras, são mandamentos e seus atos,  exemplos.

F. A Idolatria de Babilônia - A idolatria praticada pelos Caldeus, em meio a nação Babilônia não era o único erro ou transgressão praticado. Mas em se tratando de espiritualidade, era sem duvida, o erro mais ofensivo a Deus. 

  • Isso porque a "veneração" aos ídolos (imagens feitas por homens),  mácula a ordem divina (2° mandamento), reduz a majestade transcendente de Deus a uma forma finita e limitada de representação, ao mesmo tempo que desvia a adoração devida a Deus a um tipo de religião que tem o homem como foco.
    • Na religião instituída por Deus e entregue ao povo no Sinai, não deveria se utilizar deste recurso. 
      • No cristianismo, essa prática, que contrária a vontade de Deus foi introduzida para facilitar a conversar dos pagãos (século 4°).

Destaque:

A. Gênesis 3.15 nos apresenta a boa nova de esperança fundamentada em Jesus. O anúncio de que Ele viria ao mundo para vencer a controvérsia e nos oferecer o "caminho" para a salvação. A verdade sobre este caminho foi confiada a Igreja/Mulher. No entanto, ao longo do tempo essa Igreja/Mulher se afastou de Cristo em busca de sua própria fonte de autoridade. Uma vez tento misturado a verdade com o erro, deixou de ser o meio válido para mostrar o caminho para a salvação. Por esse motivo Deus levantou homens e mulheres para novamente apresentar o correto caminho à Cristo.

Aplicação:

A. Durante o sétimo século antes de Cristo o povo de Deus (Israel), este cativo em Babilônia. O cativeiro durou 70 anos e ocorreu em virtude do povo haver se afastado da Verdade da Palavra de Deus. Contudo,  no ano 457 a. C. Deus providenciou a ordem para Restaurar e Reedificar Jerusalém e com ela a verdadeira adoração a Deus. No entanto, muitos dos libertos não desejaram sair. Haviam se acomodado ao ambiente de Babilônia. A estes Deus emitiu o chamado - saiam dela povo meu. Nestes últimos dias da história, mais uma vez o chamado está sendo feito. Devemos ouvir a voz de Deus.

Vítor Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB

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