O amor da aliança - Comentário LES
João 14:23
Ao contrário do que muitos acreditam, o amor, manifestado por Deus, em relação ao ser humano não é unilateral, nem mesmo indiferente a resposta e reação humana. Ou seja, Deus ama, contudo, espera que aquele que é objeto de Seu amor, corresponda ao amor por Ele manifestado. Isso porque para Deus, o amor é parte de Seu compromisso para com o ser humano. Compromisso este, refletido em Sua aliança. Como parte da aliança de Deus com o ser humano, o amor está ligado a Sua Lei. Assim, aquele que ama, por consequência, guarda os Seus mandamentos. Pois amor e obediência são elementos inseparáveis na aliança divina. O verbo grego "guardar - τηρέω" (téreó) significa principalmente manter ou guardar algo com cuidado. Ele transmite a ideia de vigiar algo atentamente, mantendo-o em seu estado original ou observando-o com a intenção de preservar. No Novo Testamento, é frequentemente usado no contexto de guardar mandamentos, guardar a fé ou observar ensinamentos. Isso ratifica a ideia de que amor e obediência, ou a prática da vontade de Deus, são partes inseparável de um mesmo princípio, o amor de Deus.
Objetivo: Destacar que amor e obediência (prática das Palavras de Deus) é parte integrante da aliança de Deus com o ser humano. Pois, o modo mais eficaz de expressar o amor é obedecer.
A. O eterno amor de Deus - Como parte dos atributos inerentes de Deus, um deles, é Sua eternidade.
- Segundo a Bíblia o Senhor é e, seus atos e ações também são eternos. Logo, Seu amor é eterno.
- E, esse amor eterno, se estende a todos as criaturas. Assim como já mencionado no estudo da semana anterior, Seu amor se estende sobre bons e maus.
- Jeremias 31:3 destaca que com "amor eterno" Deus nos ama.
B. Amor da aliança - Ate aqui já compreendemos que o amor de Deus por nós é generoso, voluntário e incondicional. Contudo, é preciso entender que os benefícios do amor de Deus estão disponíveis somente para aqueles que aceitarem fazer parte de Sua Aliança.
- Nesta relação de pacto ou aliança Deus toma a iniciativa em nos oferecer Seu amor eterno e, caso aceitemos, Ele nos oferece também, outros benefícios, como por exemplo, a salvação.
- Isso nos leva a uma reflexão: Uma vez que Deus amo a todos igualmente, todos serão igualmente salvos?
- A resposta é não!
- Isso porque, o amor de Deus é para todos. Já a salvação esta disponível somente para aqueles que aceitarem fazer parte da Aliança de Deus e, atenderem as exigências desta Aliança.
- E, a obediência aos Mandamentos é uma das exigências da Aliança.
- Dentre os Mandamentos de Deus, apresentados como uma das exigências da Aliança esta o amor ao "próximo".
- Para alguns, amar a Deus desobriga-nos a guardar (obedecer) aos Mandamentos de Deus. No entanto, ligado ao amor esta o Mandamento de amor a Deus e ao próximo.
- Assim, amar a Deus e ao próximo não se trata de um Mandamento que substitui os demais Mandamentos. Pelo contrário, é um Mandamento que nos coloca em condição de obedecer aos demais Mandamentos de Deus.
C. Relacionamento condicional - Ate aqui vimos que Deus é amor e Seus atos são impregnados por amor. No entanto, somos avisados de que o amor eterno e generoso de Deus esta alinha a Aliança que Ele propôs para o ser humano. Assim, Seu amor continua sendo "incondicional e eterno", contudo, os "benefícios" desse amor são condicionais.
- Note, Deus promete nos amar eternamente, contudo, a salvação (benefício do amor de Deus) está "condicionada" a resposta de amor apresentada por cada ser humano.
- Essa resposta se materializa ou se manifesta por meio da obediência aos princípios da da Aliança.
- Sendo um desses princípios a obediência aos Mandamentos de Deus.
- Veja, nada que façamos poderá impedir que sejamos alvo do amor de Deus. Mas isso não implica dizer que seremos, igualmente, alcançados pelos benefícios de Sua Amor/aliança.
- Uma vez que rejeitamos o amor de Deus ou nos negamos em retribuir esse amor por meio da "obediência" estamos abrindo mão dos benefícios da relação amorosa oferecida pelo Senhor.
- Não podemos impedir que o Sol brilhe, mas podemos evitar os seus raios. Não podemos deter o amor eterno de Deus, mas podemos, em última instância, rejeitar um relacionamento com Ele e, assim, desligar-nos daquilo que Deus oferece, especialmente a promessa da vida eterna (LES).
D. Misericórdia perdida - 1 João 4:19 nos revela não somente a fonte de nosso amor, mas também, o resultado deste. Neste texto, o apóstolo apresenta a sequencia lógica do amor, bem como, o fluxo deste.
- Isso porque, nós amamos porque Deus nos amou primeiro.
- Com isso Ele nos da a oportunidade de expressar o amor como "gratidão e resposta" ao Seu amor.
- Logo, podemos amar a Deus porque Ele já nos amou primeiro.
- Na sequencia, somos chamados a amar o "próximo" assim como Ele nos amou.
- E, porque sou chamado a amar o próximo? Para que o "próximo", tendo recebido o meu amor, possa me responder com o uma resposta de amor. E, amor o "próximo" com o mesmo amor que recebeu.
- Essa ação, praticada de modo continuo, estabelece uma corrente ou cadeia, onde aquele que já recebeu amor, amará o próximo sucessivamente e de modo continuo.
- Mateus 18:23-35 apresenta um belo exemplo dessa cadeia. Na parábola o objeto a ser oferecido é o perdão. O rei perdoou a dívida do servo com o objetivo de que o servo perdoasse a divida de seu próximo. Isso estabeleceria uma cadeia onde o perdão fluiria de um para o outro. Contudo, o servo não agiu como o rei agiu com ele.
E. Vocês receberam de graça, deem de graça - A relação estabelecida pelo amor de Deus por nos está baseada na graça de Deus. De "graça recebemos, como gratidão devolvemos e compartilhamos com o próximo".:
- Assim, da mesma forma como na parábola de Mateus 18:23-35 o servo recebeu o perdão, pela graça, ele também, deveria ter compartilhado o perdão de graça.
- Isso nos mostra que assim como recebemos o amor de Deus de graça, também de graça devemos amar o próximo.
- Nisto consiste o amor de Deus. Visto que Jesus em João 15:12 afirma que: "[...] ameis uns aos outros, assim como eu vos amei".
- Uma vez que não temos como refletir com exatidão o amor de Deus por nós, Jesus não está nos chamando a amar com a mesma essência de Seu amor por nós. Mas está nos chamando à amar com a mesma "graça" como Ele nós ama.
Destaque:
A. Amar a Deus é a condição indispensável para que o ser humano ame o semelhante.
Aplicação:
A. A melhor forma de expressar amor é obedecer. A Bíblia revela o mais perfeito amor, o amor de Deus por Sua criação, não por meio de palavras mas por meio de atos que tornam visível Seu compromisso em cumprir a Aliança estabelecida com o ser humano. Logo, se Deus, o proponente da Aliança manifesta Seu amor por nós sendo fiel a Aliança. Quanto mais nós, objetos do amor de Deus, devemos ser fiéis e obedientes a fim de revelar nossa retribuição amorosa à Deus.
Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Jaíba - MMN - USeB
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