A ira do amor divino - Comentário LES
Salmo 78:38
Como sempre a Bíblia nos surpreende com uma belíssima descrição do caráter de Deus por meio das palavras do salmista que no salmo 78 descreve a história e a trajetória deste povo em seu relacionamento conturbado com o Senhor. Sem dúvida alguma, o relato do povo escolhido por Deus é, em grande medida, um reflexo da trajetória e da história de cada um de nós. Ao ler o salmo é possível nos ver espelhado ali. Isso porque o relato revela, em detalhes, as muitas ações, sinais e maravilhas, operadas por Deus em favor do povo e, como resposta, as diversas vezes que o povo, desprezando o agir divino, bem como Sua compaixão e amor, mantinham-se em rebelião, desobediente e revelavam falta de fé. Buscavam a Deus quando convinha e se esqueciam dele logo em seguida. É neste cenário que o salmista nos apresenta a manifestação da irá divina. Uma reação a desobediência, a injustiça e ao mal praticado pelo ser humano. Um sentimento/comportamento revelado de forma orientada pelo amor. Ou seja, por amar a todos de modo incondicional, Deus revela Sua irá contra aqueles que promovem o mal contra Seus filhos, objetivos de Seu amor.
Objetivo: Compreender que a ira divina é uma resposta do amor de Deus contra todos os que praticam a injustiça e o mal.
A. Angustiado diante do mal - Até aqui vimos que o amor de Deus pelo ser humano é, como podemos classificar, incontrolável. Isso implica dizer que Ele ama a todos e todas as formas possíveis.
- No entanto, não podemos esquecer que podemos, com falsidade despertar a irá divina por ocasião de ações destituídas de amor praticadas pelo ser humano.
- Ou seja, Deus revela Seu amor e espera que façamos o mesmo.
- Quando no lugar de amor revelamos desobediência, injustiça e mal, Deus reage com o "furor de Sua ira".
- E por que?
- Porque o objetivo do amor de Deus é o ser humano. Logo, praticar o mal contra o objeto do amor de Deus desperta Sua indignação e ira.
B. Tardio em irar-Se - O relato do livro de Jonas é uma clara demonstração do amor e da compaixão de Deus frente a reação humana em aceitar Sua vontade.
- Ao ser chamado para pregar juízo sobre a cidade de Nínive o profeta já sabia que o juízo de Deus nunca é aplicado sem antes estender um período de graça e oportunidade de salvação.
- Esse período de graça vem acompanhado por uma proclamação de advertência e o oportunidade de arrependimento.
- Logo, Jonas se naga a pregar.
- Pois sabia que sua pregação era a oportunidade de perdão estendida ao povo.
- Noutras palavras, ele sabia que se o povo se arrependesse Deus não os destruiria.
- E Jonas desejava a destruição pois, estava irado contra o povo que havia causado tanto mal para seu povo.
- No entanto, Deus é amor e tardio em irar-se.
- E, com isso, perdoo o povo ninivita mediante arrependimento.
- Esse relato revela a representação da ira humana em contraste com a ira divina.
- Enquanto a ira humana, muitas vezes, despreza o arrependimento e prioriza a punição.
- Deus, prioriza o arrependimento e a mudança de caráter e destreza a destruição.
C. Indignação justa - A bíblia descreve momentos em que Jesus revelou Sua justa indignação pelas ações humanas.
- Como exemplo, pode-se citar:
- Mateus 21:13 - a purificação do Templo e;
- Marcos 3:4 - a cura realizada no sábado.
- Em ambos os textos a justa indignação de Jesus é apresentada na forma de tristeza e pesar por ver que ações erradas estavam prejudicando aqueles que Jesus amava.
- Logo, nesse caso, a indignação de Jesus é manifesta quando o ser humano e prejudicado pelo mal que o próprio ser humano promove o mal.
D. Deus não Se agrada em afligir - Se Deus não se agrada de afligir ou punir Suas criaturas, então, por que age deste modo?
- Lamentações 3:32 e 33 afirmam que não é do agrado de Deus afligir (trazer punição).
- Contudo, a ação divina vem como resposta a negativa humana de persistir na desobediência da vontade de Deus.
- Repetidas vezes o Senhor adverte Seu povo a permanecer fiel aos requisitos da Aliança (Mandamentos de Deus).
- Contudo, de modo repetido o povo se afasta de Deus e de Suas orientações.
- Com isso, tornam-se alvos da irá de Deus.
- Embora não haja prazer algum em Deus e punir Seu povo, tal punição também é um ato de amor. Isso porque Seu amor está divinamente alinhando a Sua justiça.
E. Demonstre compaixão - A Bíblia destaca o amor e a justiça de Deus e, vimos que estes atributos divinos são divinamente equilibrados quando Deus manifesta Sua ira contra o mal. No entanto, tais atributos são comunicados ao ser humano. Neste caso, podemos também reagir ao mal demonstrando ira?
- O apóstolo Paulo, divinamente inspirado, afirma que não.
- Romanos 122:19 afirma que a ira pertence somente a Deus.
- O ser humano, no trato com o semelhante não deve tomar para si a prerrogativa de julgar e punir. Essa é uma ação exclusiva de Deus.
- A nós, resta amar o semelhante e esperar a resposta que vira do Senhor.
- No momento certo Deus erradicara o mal do universo e com isso, não mais teremos de conviver com circunstâncias onde a ira humana e a ira de Deus se manifeste. Então, viveremos para sempre sem a manifestação do mal ou da ira divina.
Destaque:
A. A irá divina, ao contrário da irá humana, não está fundamentada em sentimentos maculados pelo pecado. Pelo contrário, a irá de Deus está fundamentada no amor. E, por amor Ele manifesta Sua irá contra todos aqueles que praticam a injustiça e o mal contra Sua criação.
Aplicação:
A. Deus se recente da maldade. Assim, Sua ira e indignação é resposta para toda ação humana destituída de amor. Pois por amar Ele sempre reagirá com ira contra aqueles que prejudicam Suas criaturas a quem ama.
Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Jaíba - MMN - USeB
Comentários