Um dia no ministério de Jesus - Comentário - LES
Marcos 1:17
A. Quão rico teria sido a oportunidade de passar um dia na companhia de Jesus. A nós que não tivemos essa oportunidade, Marcos oferece, em resumo, como era um dia no ministério de Jesus. Marcos descreve esse dia ou período como intenso. Com muitas atividades e com momentos importantes que ajudam a compreender não somente o ritmo intenso do ministério de Cristo, mas também suas prioridades e foco. O dinamismo de Jesus é destaca pelo uso da palavra "imediatamente". Isso revela a intenção do autor de passar ao leitor a intensidade das ações realizadas por Jesus. Além da intensidade, fica aparente, ao mesmo tempo, a profundidade e importância das ações do Mestre.
B. Segue-Me - Os versos 16 a 20 do primeiro capítulo do evangelho de Marcos apresenta, em resumo, a primeira ação de Jesus junto ao mar da Galileia - o chamado dos primeiros discípulos.
- Neste contexto, Marcos aponta que foram chamados Pedro e André, seu irmão. Bem como Tiago e João, também irmãos e filhos de Zebedeu. Todos pescadores.
- Quando analisamos os primeiros chamados, surge uma afirmação: Estes homens "deixaram tudo" para seguir a Jesus. Esta afirmação leva-nos a considerar o "custo do discipulado". Nos fazendo entender que para seguir a Jesus teremos de deixar algo.
- Contudo, o foco aqui não está naquilo que eles "deixaram", mas sim, naquilo que os preparou para o chamado.
- Com base em João 1:29 a 42, a dupla de irmãos não deixaram simplesmente as redes e o trabalho de pesca. Eles agregaram ao que aprenderam com a pesca o que já sabiam sobre Jesus e, por isso aceitaram o chamado.
- Como discípulos de João Batista e, profundos estudantes das revelações proféticas, estes homens não tomaram a decisão por impulso, mas de modo pensado. Noutras palavras, eles foram educados e preparados para esse momento e, quando a hora chegou, eles estavam prontos para dizer sim.
C. Um culto inesquecível - Marcos 1:21 a 28 nos apresenta um contexto e, nele, uma séria de elementos importantes:
- O sábado, a sinagoga, o sermão de Jesus, sua doutrina (fazendo referência a Marcos 1:14 e 15), a autoridade de Jesus sobre os demônios, o ensino dos escribas e, a declaração dos demônios.
- De todos os elementos presentes neste culto destaca-se que os demônios declaram quem é Jesus: "o Santo de Deus".
- Marcos já o havia apresentado como:
- Jesus Cristo (v.1);
- Senhor (v.3);
- Filho amado (v.11);
- Jesus de Nazaré (v.24a) e;
- Santo de Deus (24b).
- Destacando sua origem divina e sua qualificação: Santo.
D. Mais do ministério sabático - Marcos 1:29 a 34 oferece detalhes do que ocorreu na parte final daquele sábado iniciado na sinagoga de Cafarnaum.
- Segundo o relato Jesus foi convidado a ir a casa de Pedro e ali, atende a mais uma necessidade de cura.
- Tão logo fora curada a sogra de Pedro se põem a servir o grupo. Contudo, não era sábado? Sim. Mas tanto a atitude de Cristo em curar, quanto a da sogra de Pedro em servir, estavam em harmonia com a vontade de Deus em relação ao sábado.
- Ao contrário de ser um dia de inércia e descanso despreocupado, o sábado para Cristo era um dia de servir aqueles que precisam ser alcançado pelo poder e graça de Deus.
E. O segredo do ministério de Jesus - A Bíblia nos informa que Jesus, embora não tenha frequentado as escolas rabinicas, obteve instrução e conhecimento da Lei de Deus por meio da instrução oferecida por seus pais. Isso, não exclui a possibilidade Dele ter participado das escolas sinagogas de seus dias. Contudo, é nítido perceber que além da instrução "acadêmica" e do conhecimento que possuía o que sustentou o Seu ministério foi Sua comunhão com Deus por meio da oração.
- Nos versos 35 a 39 Jesus deixa claro seu objetivo nesse momento do mistério: pregar o evangelho.
- E, para isso, a comunhão com Deus por meio da oração foi fundamental.
F. Você pode guardar um segredo - A cura do leproso de Marcos 1:40 a 45 é, sem dúvida alguma, a prova de que as ações de Cristo sobre a vida humana são impossível de serem mantidas em segredo.
- Ao mesmo tempo, revela que a pregação do evangelho é, em sua essência, uma ação direta da vida transformada. Noutras palavras, a ação de Cristo na vida impacta o ser humano de tal modo que este se torna incapaz de esconder ou guardar para si. Os resultados da ação de Cristo se tornam perceptíveis.
- A lepra tornava o enfermo alvo de exclusão. Este deveria anunciar (gritar) que era leproso e que estava num determinado local.
- Logo, a cura realizada por Jesus, mudou o discurso. Aquele que antes anunciava (gritava): "leproso". Agora anuncia o poder de Deus, manifesto por meio de Jesus.
Destaque:
A. No primeiro século da era cristã era comum Mestre terem discípulos que os seguiam na foram de alunos (aprendiz), com o intuito de adquirir conhecimento e formação. Tais discípulos, buscavam os mestres e precisavam ser aceitos por ele a fim de se tornarem discípulos (alunos). No caso de Jesus o processo foi diferente, Jesus foi em busca de seus primeiros discípulos e, fez, a cada um deles, o chamado. No contexto comum, é o mestre que toma a decisão de aceitar o discípulo; com Jesus, é o discípulo que é colocado na posição de aceitar o chamado e o compromisso de seguir.
Aplicação:
A. Na vida de Jesus a oração teve um papel preponderante. O Mestre se utilizou da oração não como um fim em si mesma, mas como a meio que escolheu para manter maior comunhão com o Pai. Isso nos ensina algo importante: não é prática da oração, por si só, que condiciona nosso relacionamento com Deus, mas sim a qualidade desse tempo investido com Deus. Caso o tempo que investimos em oração seja de entrega, submissão e diálogo sincero com Deus, receberemos Dele perdão, graça, poder e orientação. Caso o tempo seja investido em rezas programadas e palavras decoradas, não obteremos Dele o que Ele pode nos oferecer.
Pr. Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB
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