Aos mais pequeninos irmãos
A. Mateus 25.34
B. Os cristãos, enquanto indivíduos, é a igreja, enquanto organização, foram chamados e dispostos na sociedade para servir àqueles que carecem de auxílio. Esse auxílio, por vezes será orientação e direcionamento espiritual (Biblia). Contudo, por vezes será em forma de recursos assistências (alimento, abrigo, roupa, remédios, etc). Assim, enquanto mantemos nossos olhos no alvo de nossa soberana vocação, Cristo, precisamos, também, voltar nossa atenção para os estrangeiros, órfãos e viúvas de nossos dias.
C. Vida e ministério de Jesus - O episódio de Jesus junto a sinagoga, lendo o texto de Isaías é bastante significativo visto ser o primeiro momento em que, de modo público Jesus, não somente lê os textos sagrados, mas também, se utiliza deles para evidenciar sua identidade e missão.
- Ao que parece, de modo providencial a leitura daquele sábado estava em Isaías.
- Lucas deixa claro que Jesus "achou o local específico do texto", como se houvesse procurado aquela passagem.
- E fez dela sua declaração de missão.
- Há aqui um contraste evidente, entre o esperado Messias rei, que reinvidicaria o trono de Israel. E, o presente Messias libertador, não dá nação, mas dos pobres, cativos e oprimidos pelo pecado.
D. Os pobres - É interessante pensar que no modelo social organizado por Deus haja cuido e atenção na provisão de recursos aos pobres. Na verdade, o óbvio seria imaginar que ao invés de ordenar provisões, Deus não permitisse que houssem pobres e necessitados. Contudo, Ele afirma que os pobres sempre existirão.
- Ainda assim, devemos considerar que para Deus o "pobre" bem como a viúva e o órfão, não são uma classe social diferente, inferior ou menor. São pessoas como todos os demais, irmãos que compartilham uma "condição", momentânea diferente dos demais.
- Logo, o objetivo não é eliminá-los (como ocorreu em muito momentos na história), mas sim, atendê-los e ajudá-los a transpor o momento e a dificuldade e oferecer não somente recursos mas também, meios de mudar sua realidade de vulnerabilidade.
E. O jovem rico - O relato do jovem rico é extraordinário por vários razões, dentre elas o fato de que se tivesse aceito o convite/proposta de Jesus ele, o jovem, teria se tornado o décimo terceiro discípulo.
- Outra razão ainda é o fator "perfeição". Jesus oferece ao jovem a oportunidade de ser perfeito, completo. A estratégia era simples, "atender a necessidade dos pobres".
- Note que Jesus não disse para deixar para trás toda sua riqueza e sim para se desfazer de seus bens. Talvez, comércios, propriedades e imóveis. Essa interpretação é possível, se levarmos em consideração que outras pessoas ricas não deixaram suas fortunas para seguir Jesus (Ex. José de Arimateia e Barnabé).
- O desafio de entregar suas posses no atendimento dos pobres talvez tenha sido usado por Jesus a fim de dar ao jovem maior desprendimento e oportunidade para seguir e servir a Jesus.
F. Zaquel - A ação praticada por esse líder dos cobradores de imposto fora marcada por erros que levaram pessoas a perder seus recursos e bens. Zaquel não só prestava um serviço ao inimigo fiscal (Roma), mas também, ao inimigo espiritual (Satanás).
- Aceitar Jesus em sua casa levou-o a entender que havia necessidade de mudança e conversão.
- A decisão de restituir e dar aos pobres evidência a mudança de atitude e modo de pensar. Além do interesse de participar da obra empreendida por Jesus.
G. Jó - O relato da vida e obra do patriarca Jó é tão acima da média e fora da curva que para muitos não passa de um mito. A distinção e singularidade deste homem coloca todos os demais muito abaixo de sua descrição. Sua posição de destaque não foi reconhecida somente pela família ou pelas pessoas que o conheciam, mas também, por Deus.
- Dentre as muitas razões, o caráter de Jó se destacava por sua atenção aos necessitados.
- Para aqueles que eram socorridos pela bondade e desprendimento de Jó, suas perdas familiares, suas perdas financeiras, mas em especial, sua perda na saúde foi, sem dúvida, como o secar de uma fonte no deserto.
- Todos os que se beneficiavam das bênçãos de Jó foram afetados com suas perdas, e ele se preocupou com isso.
- Como a queda de uma árvore furta o alimento e o abrigo dos pássaros e e rouba a sombra do cansado, assim é a morte de um homem que se importa com os pobres e necessitados (cf. Jó 29.12 a 16 ).
Destaque:
A. Para Deus, a estratificação social não se dá pela idade, cor, etnia, sexo ou condição financeira. A divisão social se dá pela presente e momentânea condição de vulnerabilidade. Logo, as bênçãos financeiras não nos torna melhores do que os outros, mas sim instrumentos de Deus para abençoar outros.
Aplicação:
A. Já em seus primórdios, fundamentado nas eternas instruções de Deus, anteriormente, apresentados aos Israelitas, o cristianismo se mostrou uma religião com forte atenção ao cuidado com os vulnerável social. No entanto, ao exortar sobre o atendimento aos vulnerável (pobres, viúvas, estrangeiros e órfãos), Deus não nos chamou para atendê-los em suas necessidades e sim, para ajudá-los a deixar tal condição. Logo, dar o que temos não é o fim, e sim o início de um processo que deve oferecer meios para que os vulnerável deixem tal condição. Noutras palavras, dar o pão, a roupa e o abrigo é só o primeiro passo.
Pr. Vítor Ribeiro - Sagrada Família - MMN
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