Em defesa da verdade - Comentário LES

 João 3.14 e 15

A. A atual cidade turca de Izmir foi a cidade bíblica de Esmirna (Ap 2). Essa cidade de 100 mil habitantes floresceu no final do 1° e 2° séculos. Era próspera e leal a Roma. Uma vez por ano, os cidadãos de Esmirna deviam queimar incenso aos deuses romanos. No 2° século, Esmirna tinha uma comunidade cristã, e muitos não obedeciam à ordem. Policarpo, líder da igreja, foi martirizado na praça de Esmirna, queimado na fogueira por se recusar a trair seu Senhor queimando incenso aos deuses. Quando lhe pediram que repudiasse a Cristo, ele disse: “Eu O servi por 86 anos, e Ele não me fez nada de errado. Como posso falar mal do meu Rei que me salvou?” (LES). 

B. Perseguidos mas triunfantes - Quando vamos a Bíblia (Daniel 7.23 a 25 e Apocalipse 12.14), somos apresentados a um período de tempo (1260 anos ou "um tempo, dois tempos e metade de um tempo"). Se utilizando do "princípio dia-ano" (Números 14.34), partindo do período iniciado no ano 538 d.C chegaremos ao ano de 1798, quando o poder do Papado foi retirado temporariamente.

  • Nesse intervalo de tempo, a Igreja Católica empreendeu grande perseguição contra aqueles que discordavam de sua forma particular de interpretar a Bíblia. Com isso, muitos foram perseguidos por se manterem fiéis a vontade de Deus.

C. A luz vence a escuridão - Interessante notar essa frase: a luz vence a escuridão. Pois foi exatamente isso que ocorreu em meio ao longo período de perseguição aos fiéis. 

  • Em vários aspectos, principalmente moral e espiritual, a luz da Palavra de Deus venceu a escuridão da ignorância quanto a vontade de Deus e suas promessas.
    • Por medo do desconhecido de Deus e Sua Palavra, muitos deixaram de crer e obedecer a Deus para obedecer a Igreja. Contudo, quando a luz da Palavra era entregue aos simples, por valentes como os Vandenses, a luz da verdade iluminava a mente e a vida de tal modo que já não restava mais medo ou dúvida.
    • Uma vez esclarecidos, os frágeis e ignorantes se tornaram fortes e sábios na Palavra. Certos de que mesmo em face da morte, suas vidas estavam guardadas para a ressurreição da fé em Cristo Jesus. 

D. Coragem para permanecer em pé - É fato consumado que não obedecemos quem não conhecemos. Logo, a fé demonstrada nos períodos de perseguição da verdade advém do fato de conhecermos e cremos naquele que nos pediu obediência. 

  • Os Valdenses tiveram acesso a verdade da Palavra revelada de Deus. Estudaram e, por meio dela conheceram melhor o Senhor. Alicerçados nessa confiança, obedeceram corajosamente a Deus e não aos homens (cf. Atos 5.29).
    • Sem o devido e acessível conhecimento de Cristo nunca creremos o suficiente para nos mantermos fiéis diante das pequenas ou grandes provas. 
    • A prova da fé só chegará a aqueles que foram ensinados e aprenderam a confiar. Os demais, não serão submetidos a avaliação e prova.

E. John Wycliffe - Este reformador inglês deu a seu povo a oportunidade, antes cerciada, de ter acesso a Palavra de Deus. Por seus esforços e dedicação mais pessoas tiveram a oportunidade de se deleitar das bênçãos contidas na Bíblia. 

  • No entanto, a história testemunha a maneira como a Igreja desferiu contra esse homem sua reprovação. Tendo ele já falecido, seus ossos foram desenterrados, queimados e, suas cinzas espalhadas num rio, em sinal de reprovação da Igreja. 
    • A pergunta que fica é: Por que tamanha perseguição contra alguém que deseja tornar acessível as verdades reveladas pela Palavra de Deus? Se este livro é a Palavra do Eterno e por meio delas o homem pode ser melhor do que realmente é, por que impedir que o leiam e o conheçam? 
    • Como diria um amigo: a ignorância (o não saber a verdade), é a pior e mais cruel das prisões e, o meio mais eficaz de dominação.

F. Animados pela esperança - Por mais que sejamos encorajados pelas poderosas palavras da Bíblia, verdade é  que ninguém deseja morrer. E, isso não se trata de uma valorização da vida, pelo contrário, sendo um dom de Deus, todos desejamos manter a vida. 

  • Contudo, quando viver significa o risco de perder algo ainda maior, a vida eterna, mas vale perder a vida do que mantê-la em desobediência à vontade de Deus. 
    • Assim, pensavam aqueles que pela esperança da ressurreição entregaram sua vida pela fé na promessa de Cristo (cf. Hebreus 2.14 e 15; João 11.25 e 26).

Destaque:

A. No período de 1260 anos de privação da verdade e perseguição a aqueles que se mantiveram fiéis à verdade de Deus, muitos morreram. Contudo, a morte para aqueles que eram privados da verdadeira "vida", que vem por meio de Cristo e sua Palavra (cf. 1 João 5.11 a 13), não resulta em morte, mas sim em libertação e vida eterna. 

Aplicação:

A. Como compreender e, contextualizar as palavras de Jesus em Apocalipse 2.10e? Onde claramente o imperativo divino nos diz que nossa fé (obediência a Sua vontade), pode nos levar a morte? Seguramente, por meio dessas palavras, o Senhor nos exorta que nossa decisão de viver segundo sua vontade, deve ser uma decisão que nos acompanhe até o fim de nossa vida. Ainda que esse fim seja promovido pela renúncia de desobedecer a vontade de Deus. Para todos os efeitos, nossa fé terá um ponto final:  a volta de Cristo ou a morte.

Pr Vítor de Oliveira Ribeiro - Sagrada Família - MMN - USeB 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os últimos dias - Comentário LES

Controvérsia em Jerusalém - Comentário LES

O caminho, a verdade e a vida - Comentário LES