Quem é como Deus?

O profeta Miqueias foi um importante servo do Eterno que desenvolveu seu ministério profético entre os anos de 750 a 716 a.C.. Contemporâneo de Isaías, á quem o Senhor concederá uma singular oportunidade – contempla-lo na glória de seu Santuário celestial. Foi um homem simples e do campo, contudo favorecido com a oportunidade de receber especial revelação de Deus. Por meio de seus escritos exortativos, endereçado a um povo rebelde e de dura servis, o profeta tem o privilégio de conhecer e revelar a seu povo a extensão da “graça” divina. 




Trazendo incrustado em seu nome o propósito de sua mensagem (Miqueias – Quem é como Yahweh?), o servo de Deus o apresenta como Aquele que habita o “santo templo” (1.3); revela seu modo, peculiar, de cuidar de seu povo, como o “Rei que vai a frente de seu povo” (2.13); o “Pastor do rebanho” (5.4); aquele que é a “nossa Paz” (5.6); aquele que agem por meio de “atos de justiça” (6.5); o Deus que ensina o que é bom: “praticar a justiça, amar a misericórdia e andar em humildade diante dele” (6.8); um Deus que “ouve seu servo” (7.7) e; que não pode ser igualado, pois não há com quem possa ser comparado. Deus que “perdoa a iniquidade e lança erros e falhas na profundeza do mar” (7.18 e 19). 

Ao comtemplar tais caracteristicas/atributos, declara o profeta: “Quem, ó Deus, é semelhante a ti, [...]” (Miqueias 7.18). Dentre os diversos traços de caráter de Deus, o que motiva a pergunta de Miqueias é sem dúvida aquele que faz do Deus desconhecido, um ser necessário: a habilidade/atributo de perdoar pecados. 

Embora Miqueias tenha sido profeta no curso do reinado de Jotão, Acaz e Ezequias, reis de Judá, sua mensagem transpõem os limites geográficos e aponta para os erros e violações presentes não somente em sua pátria mas também, no reino do Norte, Israel. Isso porque, ambos os reinos, embora tenham sido punidos em períodos diferentes, sofriam do mesmo mal: transgressão da Lei de Deus (cf. 1 João 3.4). 

A violação dos limites, a rebelião e, o abandono de Deus levou o povo a lugares distantes da proposta inicial de Deus para seu povo. Ao contrário de servirem como uma “nação santo e um reino de sacerdotes” conforme proposto em Êxodo 19.5 e 6, o povo se corrompeu a ponto de se tornar um povo que “imaginam a iniquidade e maquinam o mal!” (Miqueias 2.1). 

Não restava outro remédio ao povo de Deus se não aquele que desde o início fora receitado: se tornarem de fato, povo de Deus. Para isso, no entanto, seria necessário abandonar o presente modo de viver e voltar-se para Deus. Noutras palavras, seria necessário verdadeiro, sincero e decidido arrependimento – mudar a mente e voltar para Deus.
 
A premente necessidade de arrependimento bem como a acentuada distância onde estava, agora, o povo leva o Senhor a questionar-se: “[...] que te tenho feito? E com que te enfadei? Responde-me!” (cf. 6.3). 

A exemplo de outros momentos semelhantes, o ponto de discordância, o erro e a transgressão não partirá de Deus, mas sim, de seu povo. Havia desobediência entre eles e, tal comportamento, se não alterado por uma atitude de arrependimento e entrega, os levaria, como de fato os levou, ao cativeiro e a dispersão. 

A Bíblia esta repleta de convides de Deus á seu povo. O objetivo Dele é persuadir seus filhos a aceitar a repreensão, se convencerem do pecado, bem como de sua consequência e, então voltar. Voltar a relação de aliança, compromisso e benção. Por esse motivo Ele nos convida a conhecê-lo e a partir disso compreender e experimentar a realidade de um Deus que “[...] não retém a sua irá para sempre, porque tem prazer na misericórdia”. E que lançará “[...] todos os nossos pecados nas profundezas do mar” (Miqueias 7.19).

(Ao Deus Desconhecido - texto em construção).


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