Docetismo

Significado de Docetismo:


A epístola endereçada a Timóteo entre os anos 66 e 67 do primeiro século é uma das mais belas cartas escritas pelo apostolo Paulo. Escrita primeiramente a Timóteo, filho na fé e amigo pessoa do apostolo, Paulo a escreveu estando na prisão romana. Já tendo sido julgado o pregador dos gentios aguardava sua condenação e consequentemente, execução. Antes porém, dedicou tempo para escrever uma ultima e derradeira carta de instrução e conforto ao jovem pastor da Ásia Menos.

Nesse belíssimo conjunto de orientações e conselhos práticos Paulo discorre sobre vários assuntos, mas um deles toma destaque entre os demais. Duas heresias ou falsos ensinos que estavam sendo ensinados e, como afirma o próprio apostolo, estavam contaminando a igreja como um "cancer". Trata-se do docetismo e da negação da morte e ressurreição literal de Cristo. Sobre esses temas o apostolo versa em especial nos versos de 8 a 19 do cap. 2 de II Timóteo.

Abaixo segue algumas definições sobre o tema que nos convida a um profundo e amplo estudo sobre o tema e seu impacto sobre o Cristianismo do primeiro e segundo século da era cristã.


Docetismo - Heresia dos séculos II e III que negava houvesse tido Jesus Cristo corpo verdadeiro e afirmava que só em aparência nascera, vivera e sofrera.
(Docetismo. Disponível em: <https://www.dicio.com.br/docetismo/>. Acesso em: 13. abr. 2020).

O gnosticismo era um problema que ameaçava a igreja da Ásia Menor ao longo do século 2 d.C. Tratava-se de um ensinamento que misturava o misticismo oriental e o dualismo grego (que defendia que o espírito era inteiramente bom, mas a matéria era inteiramente má). Essa perspectiva esteve presente de forma seminal na Igreja nos últimos anos do primeiro século. Na metade do secundo século, o gnosticismo já havia se tornado um sistema teológico completamente desenvolvido, gerando até mesmo evangelhos e epístolas gnósticos. João percebeu o perigo do gnosticismo e escreveu para combater sua influência antes que se disseminasse pelas igrejas da Ásia Menor. A partir do conceito de que a matéria é má e o espírito é bom, alguns gnósticos concluíram que, se Deus fosse bom mesmo, Ele não poderia ter criado o universo material. Sendo assim, algum deus menor deve tê-lo criado. Segundo eles, o Deus do AT seria esse deus menor. A visão dualista do gnosticismo também gerou a difusão da crença de que Jesus não tinha um corpo físico. Esse ensinamento, chamado de docetismo, alegava que Jesus apenas parecia ter um corpo físico e nunca chegara a sentir dor nem a morrer na cruz (Radmacher; Allen e House, 2010, p.722).

Sendo assim, "[...] o pensamento gnóstico estava propenso ao docetismo: isto é, à convicção de que o Salvador não operou no domínio da carne de forma alguma mas apenas a aparência de um corpo" (Walker, 2006, p.81).

"Uma vez que todas as coisas materiais são más, Cristo não pode ter tido um corpo real ou morrido uma morte real ou experimentado uma ressurreição corporal real: o dualismo cátaro exigia um docetismo decidido, A redenção vem não pelo sangue de Cristo, mas pela submissão ao seu ensino. A cruz nada mais é do que um instrumento de tortura, para ser abominado" (Walker, 2006, p. 354).

*Texto em construção.

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