Compreendendo as Escrituras - Gênesis 24:2-3
Na
Antigüidade pré-clássica e mesmo em Roma, juramentos solenes eram feitos levando a mão direita aos testículos. Havia
uma relação entre os vocábulos testículo e testemunha. Os
testículos seriam tomados por testemunhas do ato sexual e da virilidade. A palavra latina para testemunha
era testis. Testemunha seria a terceira pessoa que poderia descrever os fatos,
de forma imparcial, que testemunharia acordo. Skiner confirma esta
hipótese quando ensina que um romano sem testículo não seria aceito como testemunha. Estas
explicações se fundamentam na informação de que “testis” deriva de “tristis”,
que é formado por “tres” (três) mais “stare” (ficar de pé)
Testis
A palavra
, «testemunha» provém do latim testis (no português antigo, «teste» que teria
nos chegado do latim através do inglês, para o que “atesta algo”), que por sua
vez procede da raiz indo-europeia tris-, a que pertence também, por exemplo, a
palavra inglesa "tree". Da mesma palavra latina testis provém o
vocábulo «testículo», “glândula reprodutora masculina” — o órgão que atesta a
virilidade de um homem. Segundo o professor Joffre Rezende
“a associação semântica da glândula sexual masculina com o ato de
testemunhar tem sido admitida por todos os filólogos e pesquisadores”.
Testemoniare
Segundo
José Pedro Machado em seu Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa,
testemunhar teria origem no latim "testemoniare", que por sua vez é
derivado de "testemoniu-", «testemunho, depoimento», e testículo
viria do latim "testiculu-", «testículo; orquídea, planta».
Conforme
Benveniste, em sânscrito vettar, significa "o que
vê", indicando "sentido" de testemunha. Enquanto em língua gótica, "weitwops", "é
aquele que sabe por ter visto". Ainda segundo Benveniste, "o grego
ístor, entra na mesma série e o valor próprio desta raiz". O professor Seligmann explica se tratar da raiz
"*wid-", e o professor Josué Pereira da Silva faz a devida ligação
com o irlandês fiadu (<*weidon),
testemunha, além de esclarece que "ístor" é a palavra de
"onde deriva o termo história"
Testemunho de casamento
consumado
Em A
Vida Íntima das Palavras – Origens e Curiosidades da Língua Portuguesa, de
Dionísio da Silva, nos ensina que «Do latim testículo, pequena testemunha. O ato de nascer, entre os romanos, era presenciado por testemunhas. …
Por tais motivos, passou a designar os órgãos sexuais masculinos situados sob o pênis.» O Dicionário
Morfológico da Língua Portuguesaapresenta uma definição assemelhada,
afirmando que testis eram "os que testemunhavam a cópula dos recém-casados
para atestar o casamento consumado".
Antenor
Nascentes afirma que as pequenas testemunhas, os testículos,
"não tomam parte ativa no ato da cópula: apenas a testemunham".
Relação com livro de Gênesis
Segundo
Joffre M de Rezende , “testículo provém do latim testiculus, i, diminutivo de
testis, is, cujo plural é testes, ium”. Quanto às interpretações o professor
Joffre aponta para o livro de Gênesis 24:2-3: Abraão, tendo sido abençoado
pelo SENHOR em tudo, mas muito velho, fez seu
servo jurar que traria uma mulher da sua parentela para que casasse com seu filho Isaac.
E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da
casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo
da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR Deus dos céus e Deus da terra... (Gênesis 24:2-3)
Apesar da
forma suis generis o qual Abraão faz seu servo jurar, o Dicionário de Bíblia de J Davis apresenta
que isto apontava a apelação do patriarca que tanto desejava que saísse
descendência “de seus lombos”, e que seria lembrado pelo servo na posteridade, que invocava uma
possível promessa de vingança na violação do que fora prometido, e o
comentário na Bíblia de Jerusalém afirma que o “contato com as partes vitais”
era uma forma de “tornar o juramento inquebrável”.
Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Testemunho_(cristianismo)
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