Sábios e Lábios.
“P
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ortanto,
meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar,
tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.” (Tiago
1:19-20)
Olá! Você
notou que há uma relação entre a palavra “sábio e lábio”? Retire o “S” da
palavra “sábio” e, substitua pela letra “L” e, você terá a palavra “lábio”. Não é de se admirar,
pois a relação entre sabedoria e comunicação é realmente estreita. Dentro do contexto
da comunicação, o que falamos e principalmente o que ouvimos pode demonstrar o
quanto realmente entendemos sobre um determinado assunto.
Ser
sábio, como já disse, não é somente obter conhecimento sobre um determinado
assunto é mais do que isso. É possuir conhecimento e, acima de tudo, saber
quando e como utilizá-lo. O mesmo se dá com a comunicação. Não é suficiente
saber o que dizer, é necessário, saber aquém, como e quando disser.
Assim,
há uma sequencia a qual devemos dar atenção quando nosso objetivo é comunicar
algo a alguém com sabedoria. Devemos saber:
1-
O que falar.
a. Para isso você terá que ouvir,
ambas as partes. Sem isso é impossível contribuir de modo adequado. E quando
digo que terá de ouvir ambas as partes, quero dizer que, por exemplo, em uma
situação vivida por um casal, terá de ouvir o homem, a mulher e, ao Senhor.
b. Se der ouvidos somente ao homem
ou somente a mulher, correrá o risco de errar. Mas se ouvir os conselhos de
Deus, certamente terá maior chance de contribuir para a resolução do problema.
2-
A quem falar.
a. Para isso você terá conhecer as
pessoas envolvidas diretamente com a questão.
b. Nunca, em hipótese alguma,
reparta o que é de direito de uma pessoa com terceiros. Conheça as pessoas
envolvidas e se dirija unicamente a elas.
3-
Como falar.
a. Para isso, recomendo que seja
brando, se utilizando, muito mais, de uma abordagem amigável e amistosa, do que
de uma forma arrogante ou preconceituosa. Seja imparcial e busque os conselhos
do Senhor. Isso não quer dizer que não possa se aconselhar com outras pessoas
mais experientes. Devemos fazer isso também. Mas lembre-se, não exponha as
pessoas envolvidas. Dê destaque somente ao problema que necessita ser
resolvido.
4-
Quando falar.
a. Para que saiba com certeza qual o
melhor momento para dar sua contribuição, duas coisas devem ser observadas.
Primeiro, sua proximidade com as partes envolvidas na situação (lembre-se do
exemplo do casal, as partes sempre serão o homem a mulher e o Senhor) e,
segundo, a solicitação. Quanto mais próximo estiver das partes envolvidas, mas
facialmente solicitarão a sua opinião. Por isso esteja sempre presente, não
para atrapalhar, mas para contribuir, mas somente quando for solicitado.
b. É claro que em alguns casos,
notamos que as pessoas envolvidas em uma determina situação, estão tão perdidas
que, estão caminhando para a perdição, mas sem perceberem. Nesses casos, ainda
que não lhe seja solicitado a sua participação, não seja omisso. Peço a
oportunidade e dê a sua contribuição positiva para a resolução do problema.
Isso
é sabedoria em comunicação. De
nada me adianta saber o que devo falar se não souber a quem. Da mesma forma
que, de nada me adiantará saber como falar, se não souber quando.
A
maneira como nos comunicamos demonstra se temos sido sábios ao utilizar nossos
lábios ou não. Em outras palavras, se
deseja saber se uma pessoa é sábia, analise aquilo que ela fala. De si mesmo, dos familiares,
amigos e, principalmente, concorrentes.
O apostolo
Tiago, nos recomenda sermos, sempre, prontos a ouvir, tardios para falar e mais
ainda, tardios em irar, visto que a nossa ira não produzirá justiça. Em outras
palavras, se eu não souber ouvir com atenção, não saberei o que dizer, nem tão
pouco a quem, como e quando. Agindo assim, movido, muitas vezes, pela ira, não alcançarei
a solução do problema, ao contrário, darei oportunidade para que surjam outros
mais.
Assim,
a recomendação é para que eu:
1- Ouça todas as partes;
2- Fale somente quando puder
apresentar soluções e;
3- Aja de modo a desviar a ira.
Em
comunicação, costumo dizer que se
você não pode apresentar uma solução, não evidencie o problema.
Nenhum proveito há em você entrar em uma discussão,
para não apresentar uma solução.
Se se encontrar nessa situação, não participe. Melhor ficar de fora ate que
saiba o que dizer.
No
livro de Provérbios no capítulo 15, verso 1 e 2, Salamão diz: “A resposta
branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira. A língua dos sábios
adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.” (Provérbios
15:1-2)
Se
não tiver uma resposta branda a dar, respeite o momento e o silêncio.
No
livro de Provérbios, desde o capítulo 10 ao 29, há várias citações sobre a
relação que há entre o sábio e justo, com o uso da comunicação, lábios, como:
“O sábio de coração aceita os mandamentos,
mas o insensato de lábios ficará
transtornado.”
(Provérbios
10:8)
“A boca do justo é fonte de vida, mas a violência cobre a boca dos perversos. O ódio excita contendas, mas o amor cobre todos os
pecados. Nos lábios do entendido se
acha a sabedoria, mas a vara é para as costas do falto de entendimento. Os sábios entesouram a sabedoria; mas a
boca do tolo o aproxima da ruína.” (Provérbios 10:11-14)
“Na
multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio. Prata escolhida é a
língua do justo; o coração dos perversos é de nenhum valor. Os lábios do justo apascentam a muitos,
mas os tolos morrem por falta de entendimento.” (Provérbios 10:19-21)
“A boca do justo jorra sabedoria, mas a língua da perversidade será cortada. Os
lábios do justo sabem o que agrada,
mas a boca dos perversos, só perversidades.” (Provérbios 10:31-32)
“O
justo é libertado da angústia, e vem o ímpio para o seu lugar. O hipócrita com
a boca destrói o seu próximo, mas os
justos se libertam pelo conhecimento. No bem dos justos exulta a cidade; e perecendo
os ímpios, há júbilo. Pela bênção dos homens de bem a cidade se exalta, mas
pela boca dos perversos é derrubada.
O que despreza o seu próximo carece de entendimento, mas o homem entendido se
mantém calado. O mexeriqueiro revela
o segredo, mas o fiel de espírito o mantém em oculto. Não havendo sábios conselhos,
o povo cai, mas na multidão de conselhos há segurança.” (Provérbios 11:8-14)
“Há
alguns que falam como que espada
penetrante, mas a língua dos sábios
é saúde. O lábio da verdade
permanece para sempre, mas a língua da falsidade, dura por um só momento.” (Provérbios
12:18-19)
Cada
um desses textos traz intrínseco um conselho ou uma orientação. O sábio é
aquele que, além de conhecê-los, os põem em prática. Não permita ser utilizado
para trazer contenda ou dissabor a seus relacionamentos, ouça a voz de Deus e
aprende dEle e com Ele a gerir suas relações com sabedoria e amor.
Antes
de dar a sua opinião, ouça a voz de Deus e, então terá condição de contribuir
com sua participação. Pense nisso e permita que Deus faça em você e por você,
aquilo que não pode fazer!
Vitor
O Ribeiro
27 de
Janeiro de 2015.
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